PORTFÓLIO DA TURMA DE 1º ANO DE 2017 E INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS DE ACORDO COM AS HIPÓTESES DE ESCRITA

Uma turma em que a grande maioria avançou para o nível alfabético. A maioria lendo de forma fluente e com compreensão e produzindo pequenos textos.
Esta turma apresentava 24 alunos e a grande iniciou no mês de
fevereiro nos níveis pré-silábico e silábico de escrita, somente dois
alunos já iniciaram o ano no nível alfabético de escrita. Em março
e abril de 2017, a maioria da turma já estava escrevendo no nível de escrita
silábico-alfabético. As crianças já estavam relacionando vários fonemas
e escrevendo com algumas sílabas na forma convencional. Em maio a maioria
já estava no nível alfabético, como se pode ver
no portfólio. Terminaram o o 1º ano com:
- Uma aluna no nível silábico com valor sonoro, esta aluna avançou para o nível silábico -alfabético no 2º ano , depois recebeu o diagnóstico de deficiência intelectual ( passou por problemas sociais graves ). A aluna avançava e recuava em seu processo de ensino -aprendizagem, apresentando dificuldade em reter informações , não lia .
- Dois alunos no nível silábico-alfabéticos , um aluno muito faltoso e o outro apresentava dislalia, avançou para o nível alfabético no 2º ano e começou a ler.
- Vinte alunos terminaram o ano no nível alfabético, lendo com fluência , compreendendo , interpretando e produzindo pequenos textos. Um aluno apresentava gagueira , lendo com maior dificuldade , mas começou a ler com maior fluência no 2º ano.
- Uma aluna apresentava síndrome de down com maior comprometimento cognitivo.
Será
descrito um breve histórico da carreira da psicóloga Emília Ferreiro e a
pesquisa que ela desenvolveu juntamente com Ana Teberosky e outras pesquisadoras: a
psicogênese da língua escrita.
Serão descritos as características dos níveis psicogenéticos e as intervenções
pedagógicas de acordo com as hipóteses das crianças, além de propostas pedagógicas,
que estão inseridas em um processo de ensino-aprendizagem dialógico,
discursivo, em que as crianças participam ativamente do processo de construção
da escrita, processo esse que ocorre de forma significativa com temas do interesse
das crianças, das áreas do conhecimento social e natural . Em
que outras linguagens como as artes plásticas, artes cênicas, dança e música estão inseridas,
além da matemática que é proposta em atividades que envolvem o cotidiano das
crianças e o tema do projeto.
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA, UM MARCO NA HISTÓRIA
DA ALFABETIZAÇÃO
Será descrito um breve histórico da
carreira, vida pessoal e política da psicóloga Emília Ferreiro, antes de
descrever as transformações que o estudo psicogenético da escrita produziu na
alfabetização escolar.
Emília Ferreiro nasceu na Argentina,
mas vive atualmente no México, tendo nascido em 1937. Neste país, trabalha no
departamento de Investigações Educativas (DIE) do Centro de Investigações do
Instituto Politécnico Nacional do México. Fez seu doutorado na Universidade de
Genebra, no final dos anos 60, dentro da linha de pesquisa inaugurada por
Hermine Sinclair, que Piaget chamou de psicolinguística genética.
Voltou, em 1971, a Universidade de
Buenos Aires, onde constituiu um grupo de pesquisa sobre alfabetização do qual
faziam parte Ana Teberosky, Alicia Lenzi, Suzana Fernandez, Ana Maria Kaufman,
Liliana Tolchinsky. Mas a situação política da Argentina ia se deteriorando
progressivamente, e no final de 1974 a Dra. Ferreiro acabou afastada de suas
funções docentes na universidade ,assim como seu marido Rolando Garcia, Físico
e pesquisador com quem Piaget dividiu a publicação dos seus últimos trabalhos.
Foi para Genebra, onde ficou exilada, enquanto Ana Teberosky, também exilada
ficou em Barcelona. Os dados obtidos em Buenos Aires foram estudados exaustivamente
pelas duas pesquisadoras, através de uma ponte entre Genebra e Barcelona.
Ferreiro voltou para a América
Latina no México e continuou a realizar vários trabalhos, publicando vários
livros em relação à alfabetização e o fracasso escolar neste ano de
escolaridade.
Em 1979, publica o livro “Los
Sistemas de escrita em El Desarrolo Del Ninõ” – que em português recebeu o nome
de “Psicogênese da Língua Escrita” – 1986.
O
estudo psicogenético da escrita deslocou o foco de investigação do como se ensina
para o como se aprende, portanto descreve estágios desenvolvimentais no
processo de leitura e escrita e não um método de alfabetização. No entanto, os
alfabetizadores atualmente estão reconhecendo que não são erros de escrita o
que as crianças apresentam no processo de alfabetização, mas sim que se
encontram em um determinado nível de hipótese sobre a escrita, portanto, estes
poderão intervir de forma que a criança crie um desequilíbrio na lógica do seu
pensamento , passando então para outro nível de escrita. As pesquisas de Emília
Ferreiro recolou no centro da aprendizagem o sujeito inteligente que Piaget
descreveu. (WEIZ, 2005, p.8)
As pesquisas dessa psicóloga
produziram uma revolução conceitual na alfabetização, desmontando todas as
explicações que havíamos construído ao longo de décadas para justificar o
estrondoso fracasso das crianças brasileiras na alfabetização inicial.
Desde que dispomos de estatísticas
educacionais confiáveis - e lá se vão mais de 50 anos – temos dados que nas
escolas brasileiras são reprovadas metade das crianças na passagem da 1ª para a
2ª série. As tentativas de explicação falavam de problemas de aprendizagem que
se justificavam ora em função da carência nutricional, ora na falta de estímulo
intelectual, de carência cultural, de problemas psiconeurológicos ou então
deficiência linguística. Todos os problemas eram das crianças, mas não
enxergavam as deficiências da escola. Um dos discordantes era Paulo Freire, a
qual chamou a educação de bancária, na qual a criança armazena dados,
totalmente descontextualizados da realidade de vida desta.
Concluía-se que metade das crianças
era pouco capaz de aprender a ler e a escrever.
Existiam,
e ainda são realizadas as chamadas atividades de prontidão, na qual as crianças
realizam vários exercícios motores, sem nenhuma letra envolvida, ou quando
estas existiam, era somente para cobri-las sem nenhuma significação. A partir
dessas avaliações a escola decidia se a criança frequentaria uma escola regular
ou iria para uma classe de educação especial. (op.cit.p.8)
As investigações de Emília Ferreiro
e colaboradores demonstraram que, ao contrário do que se pensava, a questão
crucial da alfabetização inicial é de natureza conceitual e não perceptual.
Segundo Ferreiro:
A
mão que escreve e o olho que lê estão sob o comando de um cérebro que pensa
sobre a escrita. Escrita essa que existe em seu meio social e com o qual toma
contato por atos que envolvem, de alguma forma, sua participação em práticas
sociais de leitura e escrita. (op.cit. p.9)
2.1 Proposições
Construtivistas e Tendências Equivocadas
da Transposição Pedagógica
·
Proposições
Construtivistas
·
Evolução
psicogenética entendida como um processo ativo e pessoal de elaboração
cognitiva, a partir das experiências vividas.
·
Construção do
conhecimento a partir de condições favoráveis para o envolvimento pessoal, a
elaboração e testagem de hipóteses, a possibilidade de descoberta e a
apropriação do saber significativo.
·
Um ensino, capaz de
respeitar o tempo de aprendizagem, as experiências e os conhecimentos já
construídos pela criança, compreendendo o erro como parte do processo de
aprendizagem.
·
Identificação de
momentos conceituais de compreensão e produção da escrita: pré-silábico,
silábico, silábico-alfabético e alfabético.
·
Escrita espontânea
como oportunidade de produção significativa para a reflexão linguística e para
a constituição da autoria (o aprendiz-autor).
·
Interlocução como
recurso para a troca de informações e desestabilização das hipóteses
construídas, favorecendo a possibilidade de avanço.
·
Escrita do nome
próprio como conhecimento significativo que pode funcionar como referencial
estável de escrita na tentativa de outras produções ou reflexão sobre a língua.
·
Para aproximar a
língua de seus usos sociais, estímulo ao uso de vários portadores de textos, em
diferentes possibilidades de uso, funções ou gêneros de escrita.
·
Reflexão sobre a
escrita para o avanço na compreensão do funcionamento desse sistema
linguístico.
·
Tendências equivocadas da transposição pedagógica
·
Ausência de
intervenções para não atrapalhar o processo individual de aprendizagem, isto é,
sem a preocupação de propor experiências ou situações favoráveis à construção
do conhecimento.
·
Prática pedagógica
como ativismo didático de duração imprevisível, não necessariamente colocando a
criança como foco da intervenção didática.
·
Desconsideração do
planejamento. Aceitação de qualquer tipo de erro sem o esforço interpretativo
para compreender a sua “lógica” ou para transformá-lo em um recurso para a superação
das dificuldades.
·
Divisão da classe ou
de subgrupos de trabalhos “por níveis”.
Planejamento e “proposição de atividades por níveis”. Pretensão de hierarquizar a aprendizagem em “etapas”, induzindo a progressão do conhecimento a partir da sucessão dos “níveis” descritos. Avaliação da aprendizagem unicamente com base nos níveis em tentativas de “classificar” as crianças e seus saberes sobre a escrita.
Planejamento e “proposição de atividades por níveis”. Pretensão de hierarquizar a aprendizagem em “etapas”, induzindo a progressão do conhecimento a partir da sucessão dos “níveis” descritos. Avaliação da aprendizagem unicamente com base nos níveis em tentativas de “classificar” as crianças e seus saberes sobre a escrita.
·
Deixar a criança
escrever livremente, sem interferências e por tempo indeterminado e sem
propósitos ou destinatários definidos. Evitar a correção ou qualquer forma de
revisão textual.
·
Promoção de
trabalhos em grupo, supondo a interlocução como consequência necessária do
“grupamento de pessoas”.
·
Ensino do nome
próprio como a primeira lição do ano e pré-requisito para as demais
aprendizagens.
·
Composição de livros
didáticos que, pretendendo substituir as cartilhas, agrupam diferentes tipos
textuais, mas não asseguram as especificidades do portador nem as reais
situações de uso.
·
Trabalhar só com
textos em detrimento de uma reflexão mais sistemática sobre o funcionamento do
sistema de escrita.
·
Trabalhar com textos
só depois de dominada a escrita alfabética.
Os itens anteriores demonstram
muitas práticas pedagógicas equivocadas que ocorreram após as pesquisas de
Emília Ferreiro sobre a construção da leitura e da escrita na lógica do
pensamento infantil. Ansiosos por encontrar alternativas para os dramáticos
índices de reprovação e fracasso escolar, muitos professores acabaram fazendo
uma transposição demasiadamente direta das situações de pesquisa, trazendo-a
para a escola mais como uma metodologia de trabalho do que propriamente como um
estímulo à reflexão, ao estudo e ao planejamento de práticas mais
compromissadas com o aprendiz. Neste caso, alguns orientadores pedagógicos
proibiam a correção da escrita, dizendo que atrapalharia o processo individual
da criança, além de exigir que os professores esquecessem toda a sua prática
anterior, à qual eles consideravam tradicionais, ao invés de partir desta
prática segura e oferecer-lhe embasamento teórico para criar o novo aos poucos
a partir desses estudos.
Surgiram os modismos pedagógicos,
práticas inconsequentes e até irresponsáveis, embora não necessariamente mal
intencionadas. Muitos professores pressionados por esse modismo desaprenderam o
que sabiam, pois, muitos orientadores diziam que no construtivismo não existia
método. E tudo o que professor fazia de antigo era veementemente criticado,
deixando-o completamente desorientado, pois ao mesmo tempo a orientadora
pedagógica não oferecia nenhuma
orientação em relação à didática de ensino, dizendo que o professor teria que
refletir sobre a escrita da criança para depois intervir.
Intervir ou não intervir no processo
de aprendizagem? Focar somente na reflexão do aprendizado infantil ou também na
metodologia de ensino? Essas eram as muitas questões que alguns professores
faziam e ainda fazem.
O que prevaleceu nos anos 80 e 90
foi à existência de uma grande parcela de alunos que passaram anos sem saber
escrever alfabeticamente, ou daqueles que, mesmo tendo atingido esse estágio,
não se constituem efetivos usuários da leitura e da escrita.
O construtivismo e não os erros
cometidos nas salas de aula por quem mal o interpretou, é considerado o vilão
dos quadros de analfabetismo na América Latina.
2.2 Os Níveis Estruturais da Linguagem Escrita
Pesquisados por Emília Ferreiro
Ao pesquisar como a
criança reconstrói o sistema de escrita, ao se apropriar dessa linguagem,
Emília Ferreiro observou quatro níveis de hipóteses: pré-silábico, silábico,
silábico-alfabético e alfabético.
A orientação para se realizar o diagnóstico de escrita, é que se escreva
quatro palavras do mesmo capo semântico ( animais, frutas...) e uma frase, às
quais sejam nesta ordem: uma polissílaba,
uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba e uma frase relacionada a uma
das palavras, no entanto não realizei assim devido a grande demora para as crianças escreverem e serem vinte e
seis alunos na turma. Demoram umas duas semanas para realizar com a turma
toda. São formados grupos de atividades
diversificas ( desenho, massinha , mesa , jogos, livros, mesa de atividade escolar...). Chamo seis
crianças na mesa de atividade escolar, primeiro desenham e depois chamo
individualmente para escrever. Inicio com o tema sobre a “Identidade” e o
“Corpo”, por isso as palavras são
relacionadas a esses temas. No início do ano peço primeiro para desenharem o
que gostam e não gostam e depois para deixá-las bem a vontade peço para
escreverem do seu jeitinho, que não tem problema se não sabem, pois quero saber o que já sabem
sobre a escrita para ensiná-las. Então elas escrevem a vontade.
Depois das crianças escreverem é necessário pedir que leiam. No nível
pré-silábico, elas passam o dedo direto na palavra, no nível silábico elas
leem, de acordo com o número de sílabas. Se a palavra tem três sílabas, a
criança irá ler colocando o dedo na letra que corresponde a cada sílaba. Ás
vezes ela pode colocar quatro letras, porém na hora de ler ela irá ler até a
terceira letra, pois a palavra tem três sílabas.
Serão demonstradas atividades dos
portfólios das crianças, às quais demonstram intervenções e atividades
pedagógicas que atuem na zona de desenvolvimento proximal dos alunos, isto é de
acordo com as hipóteses de escrita que estes apresentam em determinado momento
do processo de leitura e escrita. A professora problematiza com os alunos
desequilibrando a lógica do pensamento destes, possibilitando assim, que a
criança reflita e reformule suas hipóteses iniciais e avance em seu processo de
aquisição da escrita alfabética.
·
Nível pré-silábico
A hipótese
pré-silábica se subdivide em duas hipóteses: pré-silábica I e pré- silábica II.
·
Características:
·
Pré-silábico I: é uma fase em que a criança ainda
não diferencia desenho e escrita. Para ela o desenho é uma forma de escrita
(fase icônica). Algumas crianças estão
na fase das garatujas (rabiscos) e desenhos circulares, porém a criança sabe
exatamente o que quer significa seu rabisco ou desenho circular, como por
exemplo: um círculo pequeno é ela mesma e um círculo grande, a
mamãe. Outras apresentam desenhos mais definidos, como: casa, sol,
carro... Também imitam a escrita,
desenhando ondinhas (letra cursiva) ou tracinhos (letra de forma) ou pseudo-letras
(símbolos que parecem com letras). Elas observam atos de leitura e escrita e
imitam esses atos, tentando grafar as letras.
·
Na hipótese desses alunos,
somente se lê figuras, imagens e fotos, impossível se ler com letras.
·
Ex: o desenho do Pikachu representando o nome do desenho. ( Figura 2.1)
Imitação da escrita com ondinhas ( Figura 2.2)
·
Pré- silábico II: neste nível já
utilizam letras para escrever palavras, porém a criança não relaciona grafia à
pronúncia (grafema\fonema) e escrevem quantas letras acharem necessário.
·
Apresentam realismo nominal (quanto maior o objeto, maior o número de
caracteres). Ex: a formiga é pequena, então tem poucas letras, a baleia é
grande, então tem muitas letras.
·
Apresentam a hipótese
que uma palavra tem que ter no mínimo três letras, pois palavras com duas
ou uma letra não é palavra e não pode ser lida.
·
Muitas usam as letras do seu nome e mudam apenas a ordem, pois em sua
hipótese palavras diferentes não podem ser iguais.
·
Escrevem números e letras, pois não distinguem suas funções, que um
texto é escrito com letras e os números servem para contar e outras funções,
por exemplo.
·
Exemplo: AQDPAM= DESENHAR. (Figura 2.3)
·
Nível silábico
·
Características:
·
Percebe a relação entre a oralidade e a
escrita (a pauta sonora, de que cada vez que se abre a boca sai uma sílaba).
·
Usa uma letra para cada sílaba.
·
Pode ou não fazer uso do valor sonoro ( vogal ou consoante).
·
Determina o mínimo de três letras para ser considerada uma palavra. Em
sua hipótese, é impossível escrever e ler palavras com duas ou uma letra.
·
Exemplo: DEGM= TELEVISÃO ( silábico sem valor sonoro). (Figura2. 4)
KBA= CABEÇA (silábico com valor sonoro)
( Figura 2.5)
P.S: Muitas vezes
ocorrem conflitos de passagens entre um nível e o outro, como um conflito de passagem entre os níveis
pré-silábico e silábico, pois é intrínseco ao processo de ensino-aprendizagem
que ocorram conflitos que desequilibram as hipóteses formuladas, ocorrendo
avanços e recuos.
·
Nível silábico-alfabético
·
Características
·
Conflito de passagem entre os níveis silábicos e alfabéticos.
·
Ora compõe sílabas, ora não compõe na mesma palavra.
·
Faz maior uso de consoantes Acreditam que
algumas consoantes se bastam para a composição da sílaba. Ex: B= BE
Ex: PEA= PERNA (Figura 2.6)
·
A hipótese
silábico-alfabética não é um nível definido, mas um conflito de passagem entre
níveis.
A
hipótese silábico-alfabética é na realidade um conflito de passagem, pois este
nível não encerra atributos de uma estrutura e portanto não é um nível
psicogenético(Grossi, 1990, p.53). Na realidade a criança já está no nível
alfabético de escrita, no entanto há crianças que estão em meio há um processo,
estão em conflito psicogenético e ora escrevem na hipótese silábica,
utiliza uma letra para cada sílaba, ora, escrevem alfabeticamente, relacionando
grafema/fonema, escrevendo a sílaba na forma convencional, pois o processo de
aquisição da escrita alfabética, é um processo em que há avanços e recuos e,
portanto conflitos que não devem ser delimitados com um nível ou estágio.
Algumas, já estão praticamente alfabéticas, mas às
vezes escrevem algumas sílabas no nível silábico, porém, quando mediamos
perguntando que vogal ou consoante falta na palavra, a resposta vem muito
rápida, pois estas crianças já leem. A maioria das crianças que estão nessa
hipótese não lê ainda e confundem o som de várias letras. Precisamos intervir
em suas hipóteses para que elas leiam.
·
Nível alfabético
·
Características:
·
A
hipótese alfabética parece ser um fim de um longo trabalho, mas é o começo de
mais uma longa fase.
·
Escreve
compondo sílabas foneticamente corretas;
·
Desconsideram
a segmentação entre palavras;
·
Hipercorreção:
exagera no uso de acentos e pontuação.
·
Ex: PEDIO
= PRÉDIO \ A CASA DO
INDIO É A OCA.
(Figura 2.7)
Exemplo de
atividades diagnósticas que avaliam os níveis de escrita:
FIGURA
2.1. Exemplo de escrita no nível pré-silábico 1 .
O
desenho do Pikachu representando a palavra “Pikachu” e o desenho do Dragon Ball
representando também a escrita. O desenho ainda é uma forma de escrita ( fase
icônica). João Pedro ( 6 anos).
FIGURA 2.2. Exemplo de escrita no nível pré-silábico 1 .
Roberta (4 anos). Imitação da escrita na
forma de ondinhas.
FIGURA 2.3. Exemplo
de escrita no nível pré-silábico 2.
Analice (6 anos), 26\02\2019.
FIGURA 2.4. Exemplo
de escrita no nível silábico sem valor sonoro. Luiza ( 6 anos), 06\02\2019. É
considerado como a criança lê. No caso apesar de Luiza ter escrito uma letra a
mais em algumas palavras. Leu de acordo com o nº de sílabas. Se televisão tem
quatro sílabas, ela leu até a quarta letra.
FIGURA 2.5. Exemplo
de escrita no nível silábico com valor sonoro. Enzo Ricardo
(6 anos), 23\03\2019.
FIGURA 2.6. Exemplo de escrita no nível
silábico-alfabético. Isabella ( 6 anos), 11\04\2019.
FIGURA 2.7. Exemplo de escrita no
nível alfabético. Felipe Gabriel ( 6 anos), 22\05\2019.
2.3 Intervenções pedagógicas e
propostas de atividades de acordo com os níveis conceituais de escrita:
Nestas atividades as crianças sentam em
duplas ou em grupos de seis alunos que apresentam níveis conceituais de escrita
próximos, pois se forem níveis de aprendizagem muito distantes não haverá
mediação na zona de desenvolvimento proximal, tais como: pré-silábicos com
silábicos e silábico-alfabéticos com alfabéticos.
A professora questiona e as
crianças dialogam entre si suas hipóteses. Elas refletem sobre a aquisição da
escrita alfabética. O diálogo e troca de conhecimento são fundamentais para o
avanço das crianças no processo de ensino-aprendizagem.
Apesar de serem propostas atividades para cada nível conceitual, não
quer dizer que as atividades devam ser diferentes, podem ser as mesmas, no
entanto as intervenções que irão ser de acordo com o nível conceitual da
criança, atuando na zona de desenvolvimento proximal. As propostas de
atividades são propostas em dois grupos, unindo-se os níveis próximos de
escrita, tais como: pré-silábicos com silábicos e silábico-alfabéticos com
alfabéticos.
Para crianças em níveis
silábico-alfabéticos e alfabéticos, pode-se pedir para em uma atividade de
autoditado que elas escrevam os nomes dos desenhos e para crianças em níveis
pré-silábicos e silábicos, que elas escrevam a letra inicial. Em uma cruzadinha
as crianças em níveis pré-silábicos e silábicos podem consultar um banco de
palavras e as crianças em níveis silábico-alfabéticos e alfabéticos não
necessitarão desse recurso. Os silábico-alfabéticos e alfabéticos podem ler um
texto memorizado (poesia, cantiga, parlenda...) e os que estão em níveis
pré-silábicos e silábicos, podem
acompanhar a leitura junto com a professora, circulando a palavra pedida,
reconhecendo-a através da letra inicial e
final e através da memorização ,
pois são palavras destacadas e colocadas
no alfabeto ou em listas de palavras, às quais foram escolhidas pela turma para
estudo de algum tema das áreas de Ciências Naturais ou Sociais.
·
Didática para os
níveis pré-silábicos de escrita (níveis: I e II)
·
Dividimos em um esquema básico em três tipos de intervenção que ocorre
forma concomitante:
forma concomitante:
·
Palavras
·
Associação palavra x
objeto
·
Memorização global de
palavras
·
Análise de letras nas
palavras
·
Letras
·
Aspectos sonoros:
através de iniciais de palavras significativas.
·
Aspectos gráficos. (Nesta hipótese de
escrita, as crianças escrevem com a letra de forma maiúscula, por razões que
irei relatar posteriormente, mas mostramos também a letra de forma minúscula e
cursiva).
·
Distinção entre
letras e números.
·
Textos
·
Aspectos semânticos:
discurso oral x texto escrito, imagem- escrita, suportes de texto.
·
Aspectos gráficos:
de letras e de palavras, distribuição espacial dos textos.
(PILLAR
GROSSI, 1990, P.160)
·
Didática para crianças em nível silábico de escrita
·
Palavra
Ênfase sobre a análise da primeira letra no contexto da primeira sílaba.
Contraste entre palavras memorizadas globalmente e a hipótese silábica: contagem de letras, desmembramento oral de sílabas e hipóteses de repartição de palavras escrita.
Ênfase sobre a análise da primeira letra no contexto da primeira sílaba.
Contraste entre palavras memorizadas globalmente e a hipótese silábica: contagem de letras, desmembramento oral de sílabas e hipóteses de repartição de palavras escrita.
·
Letra
Reconhecimento do som das letras pela análise da primeira sílaba de
palavras.
Reconhecimento do som das letras pela análise da primeira sílaba de
palavras.
·
Prosseguimento do
estudo das formas e da posição das letras.
(Nesta hipótese de
escrita, as crianças escrevem com a letra de forma maiúscula, por razões que
irei relatar posteriormente, mas mostramos também a letra de forma minúscula e
cursiva).
·
Texto
Uso preferencial de textos cujo conteúdo já está memorizado de antemão, para leitura.
Proposição de localização de qualquer palavra no texto, incluindo verbos e partículas
pequenas como artigos, proposições etc.
Uso preferencial de textos cujo conteúdo já está memorizado de antemão, para leitura.
Proposição de localização de qualquer palavra no texto, incluindo verbos e partículas
pequenas como artigos, proposições etc.
·
Propostas de atividades pedagógicas para alunos com hipóteses
pré-silábicas e silábicas de escrita
·
Atividades com nomes dos alunos
·
Leitura global dos nomes
·
Atividades com as letras iniciais e
finais dos nomes dos alunos.
·
Todo dia apresentar o alfabeto da sala.
É importante cantar uma música do alfabeto, pois é lúdico e as crianças
aprendem mais com música, por ser significativo.
·
Confeccionar um alfabeto com
nomes dos alunos e palavras significativas de acordo com os temas de
interesse das crianças.
· Atividades com letras iniciais das palavras significativas sejam elas vogais e consoantes.
·
Completar nomes e palavras
significativas com letras e sílabas iniciais.
·
Completar palavras com as vogais
iniciais e as que faltam nas sílabas.
·
Relacionar outros nomes que iniciam com
"M" de Maria , por exemplo. Fazer uma lista e pedir que as crianças
relatem. Destacar letra e sílaba inicial em vermelho. As sílabas nunca são
isoladas. Crianças em níveis pré-silábicos e silábicos apresentam muita
dificuldade em compreender sílabas
isoladas e sem contexto.
·
Utilizar textos como a
parlenda: “Macaco foi à feira” e destacar (envolver) a palavra “macaco”
(reconhecimento pelas letras iniciais e finais e memorização global da
palavra). Colocar no alfabeto palavra associada à figura. Será um
contraste com a hipótese silábica e a palavra memorizada, fazendo a criança
refletir sobre sua escrita. O mesmo se faz utilizando os nomes dos alunos, que
são palavras significativas.
·
Pedir pesquisa sobre o que
inicia com as letras do nome.
·
Pedir pesquisa sobre rótulos que já sabem
ler .
·
Atividades com textos coletivos
(descrição da nova amiga da sala /boneca feita pelos alunos, texto
instrucional de alguma brincadeira, relato de um passeio, receita) em que as
crianças relatam o texto e o professor é o escriba, depois de certo tempo
elas mesmas querem escrever nos cartazes. Elas gostam muito e até
disputam para escrever.
·
Textos de memória, como cantigas,
parlendas, e outras músicas infantis, como poesias de Vinicius de Moraes,
Bia Bedran, Palavra Cantada...
·
Cruzadinhas. Atividade para crianças na
hipótese silábica com consciência sonora, pois de acordo com sua hipótese ( uma
letra para cada sílaba), irá sobrar quadrados. A criança muitas vezes pede
auxílio à professora ou a um aluno alfabético. A professora a fará refletir com
perguntas e geralmente a própria criança relaciona a letra que está faltando e
vai caminhando para o nível silábico–alfabético ou alfabético.
·
Caça-palavras, mesmo não sabendo ler,
muitos acham a palavra, realizando a leitura global ou pareando as letras. Os
alfabéticos e silábico-alfabéticos leem decodificando.
·
Parear as letras (igual com
igual), usando as letras móveis.
·
Histórias (textos narrativos) que
recontam e reescrita das histórias.
·
Outros gêneros textuais, que surgirem
de acordo com os temas ou projetos trabalhados, como: contos de fadas,
bilhetes, convites, textos informativos, etc..
·
Atividades em que as crianças percebam
a função dos números, tais como: calendário (diariamente) contagem dos
alunos (diariamente), relação/quantidade numeral, através de parlendas e
músicas como: “A galinha do vizinho bota ovo amarelinho e “Indiozinhos ”.
·
Rotina da sala com figuras e
palavra (pode usar um relógio de madeira e ir mostrando as horas das
atividades). As figuras são necessárias, pois muitas vezes existem crianças
autistas e com outras necessidades especiais.
·
Lista de palavras de algum tema
trabalhado, utilizadas como banco de palavras para as crianças consultarem.
Ex: personagens da Bela e a Fera, partes do corpo, ingredientes de uma
receita, animais marinhos, animais mamíferos, animais domésticos e
selvagens, cantigas de roda, brincadeiras preferidas...
·
Desenho e escrita espontânea (
hipóteses de escrita) sobre estas listas.
·
Uso de jogos e letras móveis. Consultar
as listas e alfabeto para formar palavras.
·
Didática para crianças no nível
silábico-alfabético de escrita
A hipótese silábico-alfabética é na realidade
um conflito de passagem, segundo Pillar Grossi (1990, p.53) , pois este nível
não encerra atributos de uma estrutura e portanto não é um nível psicogenético.
Na realidade a criança já está no nível alfabético de escrita, no entanto há
crianças que estão em meio há um processo, estão em conflito psicogenético
e ora escrevem na hipótese silábica, utilizando uma letra para cada
sílaba, ora, escrevem alfabeticamente, relacionando fonema\grafema, escrevendo
a sílaba na forma convencional, pois é um processo em que há avanços e recuos,
ocorrendo transição entre os níveis ou estágios.
Algumas, já estão praticamente alfabéticas, mas às vezes escrevem algumas sílabas da forma silábica, porém, quando perguntamos, respondem rapidamente, pois já leem. A maioria das crianças que estão nessa hipótese não lê ainda e confundem o som de várias letras, estão em um processo mais lento. Precisamos intervir em suas hipóteses para que elas leiam. Ainda é necessário o trabalho com a relação fonema/grafema de letras e sílabas e a leitura de sílabas das palavras (iniciais, medianas e finais).É necessário pedir para que leiam o que escreveram , à fim de que percebam a letra que está faltando.
Algumas, já estão praticamente alfabéticas, mas às vezes escrevem algumas sílabas da forma silábica, porém, quando perguntamos, respondem rapidamente, pois já leem. A maioria das crianças que estão nessa hipótese não lê ainda e confundem o som de várias letras, estão em um processo mais lento. Precisamos intervir em suas hipóteses para que elas leiam. Ainda é necessário o trabalho com a relação fonema/grafema de letras e sílabas e a leitura de sílabas das palavras (iniciais, medianas e finais).É necessário pedir para que leiam o que escreveram , à fim de que percebam a letra que está faltando.
O incentivo a leitura de livros de diversos gêneros textuais é o mais
importante nesta fase. Muitas vezes a leitura ainda é pausada e lenta, por isso
é indicado livros com textos curtos ainda. É importante a compreensão e a
interpretação, além da leitura, pois ler não é só decodificar. Os textos
apresentam todos os tipos de sílabas (canônicas e não canônicas) e as crianças
vão aprendendo a ler, enquanto leem. Não há textos cartilhados sem sentido,
como no método silábico, que iniciam com uma gradação das sílabas
canônicas (simples, tipo consoante /vogal ) e depois para as não canônicas
(complexas, com encontros consonantais, dígrafos, sons nasais etc.). Na
realidade essa complexidade é pensada pelo adulto, pois as crianças neste nível
de escrita podem perfeitamente com as informações da professora, irem
percebendo certas regularidades e irregularidades ortográficas de nossa língua,
se for informada em momentos de
produções de textos coletivos, listas de palavras e leitura de gêneros
textuais.
·
Didática para crianças no nível alfabético de escrita
Quando as crianças avançam para o
nível alfabético, estas começam a ler de forma convencional, umas silabando e
outras de forma fluente. É necessário propormos muitas atividades com leitura
para que desenvolvam a fluência e a compreensão dos textos. Neste nível
aparecem as primeiras junturas de palavras (quando as crianças escrevem várias
palavras emendadas), assim como segmentações (separam as palavras em sílabas).
Muitas vezes as crianças não separam as palavras na frase , porque pelo ritmo e
entonação da voz, elas acham que está tudo junto. Temos que mostrar que na
frase uma palavra fica longe da outra e falar que colocamos o espaço de um
dedinho entre uma palavra e outra. Uma das maneiras é mostrar a criança que
quando dá para colocar uma palavra entre duas que estão juntas, ela tem que
separá-las. Por exemplo: Ocachorro O famintocachorro ou perguntar : -Faminto é
uma palavra? E cachorro é a mesma palavra que faminto ou é outra palavra? Que
certas classes gramaticais, como artigos definidos, indefinidos e pronomes
acompanham as palavras. Quanto às segmentações, propomos que a criança leia o
que escreveu e enquanto lê, ligamos as sílabas com lápis, mostrando que na
palavra estas são juntas. Mostramos também no quadro coletivamente, escrevendo
nestes, exemplos de alguns alunos.
No
nível alfabético as crianças escrevem de forma fonética, isto é, a sua escrita
é relacionada ao som que ouvem e então enfrentam as questões ortográficas.
Geralmente o número de fonemas é igual ao número de letras. Por exemplo:
/o/v/o, tem três letras e três fonemas. Já na palavra “chuva”, isso não ocorre,
porque o dígrafo “ch” representa o som do /x/, apresentando quatro fonemas
/x/u/v/a e cinco letras. A criança começa a descobrir questões que a colocam em
dúvida se palavra é com “x” ou “ch”, pois tem o mesmo som. Começa a pensar em
questões de que existem letras que representam vários sons. A letra “x” pode
ser representada pelos sons das letras e dígrafos: ch, z, x, s e ks . Como por exemplo: xadrez,
exame, xale, excursão, táxi. Nesta última palavra o "x" é dífono,
isto é , simboliza o som das duas letras, que estão em negrito (/t/á/k/i/s/i).
Assim como, um mesmo fonema pode representar o som de várias letras. Por
exemplo: O fonema /z/, pode ser representado pelas letras: s, z, e x. Como por
exemplo :asa, azar, exame.
É
necessário enfatizar os grupos de dígrafos (ch, nh, lh, rr, ss, etc.), entre
estes aqueles que representam vogais nasais ( an, en, am, em, etc.), encontros
consonantais ( br, cr, dr, bl, cl fl, etc.), encontros vocálicos orais e nasais
, sem ainda ser necessário que as crianças classifiquem com nomenclaturas esses
encontros. Separações e junções de sílabas, acentuação e pontuação. Em relação
ao ensino da gramática, como verbos (ações), nomes próprios, comuns e coletivos
(substantivos) palavras que dão características e qualidades aos nomes (adjetivos),
sinônimos/ antônimos, plural, feminino/masculino e aumentativo/diminutivo, é necessário,
pois cada vez que produzimos e revisamos um texto, fazemos escolhas
linguísticas- acionando nosso saber gramatical. O estudo dos aspectos
gramaticais precisa ser visto como um instrumento por meio do qual o aprendiz
poderá aperfeiçoar o uso que já faz da língua, melhorando sua capacidade de
compreender e produzir textos em diferentes situações de comunicação oral e
escrita. Existem, basicamente, dois tipos de atividades de reflexão sobre a
linguagem que podem ser realizadas: as epilinguística e as metalinguísticas.
Essas atividades, no entanto,
diferenciam-se quanto aos objetivos a que visam atingir. Uma está mais ligada
aos recursos empregados em situações de interpretação e produção de textos, e a
outra, à descrição dos elementos linguísticos.
De acordo com Geraldi ( 2002,
p.23-25), as atividades epilinguística resultam de uma reflexão que torna os
próprios recursos expressivos como seu objeto, enquanto as atividades
metalinguísticas são aquelas que tornam a linguagem como objeto não mais
enquanto reflexão vinculada ao processo interativo, mas conscientemente
constroem uma metalinguagem sistemática com a qual se fala sobre a língua.
Nos
anos iniciais o trabalho de reflexão sobre a língua deve ser introduzido com as
atividades de natureza epilinguística. Pode-se também, introduzir de maneira
progressiva as de natureza metalinguística, desde que estejam didaticamente
organizadas, de modo a contribuir para o aperfeiçoamento da expressão oral e
escrita.
Deste modo não é proibido empregar
nomenclaturas. O que não se deve fazer é sobrecarregar o aprendiz com uma
nomenclatura excessiva, descontextualizada e sem função, justificada pela
tradição de apresentá-la. Devem-se apresentar o aprendiz apenas os termos
fundamentais para abordagem dos conteúdos, a fim de facilitar a comunicação nas
atividades de reflexão sobre a língua.
Podemos mostrar às crianças as regras
ortográficas, porém ressaltar que não existe regra para tudo, por tanto quando
temos dúvidas utilizamos o dicionário e a internet para correção e conhecimento
do significado das palavras, além de muita leitura, pois assim gravamos como se
escrevem muitas palavras.
No nível alfabético, as crianças realizam a
transição da letra de forma para a letra cursiva, além de atividades para o uso
apropriado da letra maiúscula e minúscula ( letras maiúsculas são usadas em
nomes próprios e inícios de frase e minúsculas em nomes comuns ).
As atividades devem priorizar bastante a
produção de textos que trabalhem a estrutura destes conforme o gênero (
narrativa, poesia, texto informativo, carta, bilhete, convite, etc.). É
importante que as crianças aprendam a realizar textos com coesão, criatividade,
desenvolvimento ( início , meio e fim), pontuação e palavras escritas de forma
ortográfica. Devemos realizar a revisão dos textos, intervindo individualmente
e mostrando com lápis as segmentações, junturas, repetições de palavras, uso de
palavras sem necessidade, erros ortográficos e pontuação, assim como revisar
coletivamente, escrevendo no quadro o texto de algum aluno para todos irem
participando e aprendendo. É importante sempre avaliarmos a criatividade e
coesão do texto dos alunos, elogiando suas produções para que os estimulem ainda
mais. Explicar que se quisermos mostrar nossas produções para as pessoas, temos
sempre que ler e reler nossos textos, corrigindo-os, para que fiquem
compreensíveis para as pessoas que irão ler.
Devemos realizar momentos de contação
de histórias e depois promover conversa sobre esta. Estimular a leitura de
livros da biblioteca da sala e da escola, levando-os para casa, pedindo que
desenhem e escrevam a resenha desta em um caderno com pauta sobre a história.
Realizar rodas de leitura, para as crianças contarem sobre os livros que
levaram para casa. Realizar com regularidade leitura coletiva e individual
(silenciosa ou um aluno começa a leitura e outro continua onde o outro parou).
Neste caso devemos digitar a mesma história para todos. Propor uma atividade de
artes plásticas ou cênica sobre a história.
·
Atividades pedagógicas para crianças que escrevem nos
níveis: silábico-alfabético e
alfabético:
· Escritas
espontâneas, ditados e
autoditados de palavras com sílabas simples complexas.
· Atividades com
sílabas móveis. Leitura de sílabas. Formar palavras com as sílabas. Completar
palavras com sílabas iniciais, medianas e finais. Separar sílabas das palavras e
ler. Juntar as sílabas, contar o nº de sílabas. Nos
níveis silábico-alfabéticos e alfabéticos já se pode trabalhar com sílabas
isoladas e sílabas medianas e finais nas palavras, pois estas atividades já
estão na zona de desenvolvimento
proximal de aprendizagem desses alunos. Atividades de palavras com
sílabas complexas com mais constância do que nos outros níveis. Lista de
palavras com ortografia regular e irregular. Consulta de dicionário e no
Google. Ex: ce, ci, ç, ge, gi ,qua,
que, qui, gua, gue, gui, rr ( som forte), r(som brando), ss( som forte), s( som
brando), Sons nasais: palavras com til/( ã ,ãs, ão, õe, ões), vogais seguidas
de “m” ou “n” ( an, am, en, em, etc.). Plural de palavras que terminam com “m”
( am, ans, em , ens). Também são sons nasais. Regra ortográfica: “m”, antes de
“p” e “b” e a maioria das palavras terminam com “m”. Antes de vogais escrevemos
a letra h. Dígrafos: nh, lh, ch, encontros consonantais ( br, cr, dr, fr, gr,
pr, vr, bl, cl, fl, gl, pl, tl), vogais seguidas de “L” ( al, el), vogais
seguidas de “s” ( as, es) vogais seguidas de “ z”( az ,es). Sons do “x” ( x=ch,
x=z, x= s, x= ks, x= ss).
· Distribuição
espacial do texto e orientação das frases.
· Produção de textos
e revisão destes. Trabalhar vários estilos discursivos, considerando a
pontuação, ortografia, coesão textual e criatividade.
· Leitura de
histórias para levar para casa, reescrever parte que mais gostou e recontá-las
na roda ( caderno de histórias).
· Forca
· Encontrar palavras
dentro da palavra. Ex: SAPATO – PATO
· Trocar a
primeira letra da palavra, mudando o sentido desta. Ex: GATO, RATO, PATO, MATO,
SAPO, etc.
· Segmentar pequenos textos, como: parlendas, quadrinhas,
poemas. Entregar textos com palavras juntas e pedir para as crianças escreverem
com espaços entre as palavras. Antes é necessário que leiam.
· Produzir textos ou
frases a partir de atividades com artes plásticas ( recorte, colagem,
dobradura, desenho, pintura, sucata, etc.)
· Jogos e atividades
que permitem a criança brincar e recriar com a linguagem
( acróstico, rimas, entre outros).
· Recontar uma
vivência, reportagem ou passeio e produzir texto.
· Transcrição de
diálogos e descrições.
· Transcrição de
receitas, brincadeiras e piadas.
· Produzir um
jornal com reportagens.
· Escrever uma
história a partir de uma imagem ou do desenho da própria criança..
· Recorte de
figuras e palavras para montagem de álbum ou dicionário.
· Utilizar jogos de
alfabetização diversos. Ex: Bingo de letras e palavras ( nomes das crianças ou
palavras de determinado campo semântico), jogo da memória
( figura/palavra ou
figura/letra) , dominó( letra/figura ou palavra/figura). A escola pode comprar
esses jogos ou podemos confeccioná-los com os alunos.
· Escrever história a
partir da sequência dos quadrinhos.
· Classificação e
seriação de palavras.
· A leitura de palavras, frases e
textos que as próprias crianças escreveram.
· Leitura de revistas, bilhetes,
convites parlendas, cantigas, textos informativos de livros de pesquisas,
narrativas (histórias de contos de fadas e de outros autores, como Ruth Rocha,
Ziraldo...), receitas, listas, jornal...
· Leitura, interpretação e
compreensão oral e escrita dos diversos gêneros textuais citados anteriormente.
· Texto lacunado ( completar
palavras que faltam no texto) ,
consultando banco de palavras ou o texto original.
· Cruzadinhas.
· Caça-palavras/ leitura de
palavras e frases.
· Textos enigmáticos ( com
desenhos).
· Produção de um livro coletivo.
Cada uma escrevendo uma parte da história, livro da vida ( escrita dos
acontecimentos e projetos da sala), livro dos animais, dos dinossauros, dos
planetas, receitas de alimentos saudáveis, livro de cantigas, livro de poesias, livro de
um conto de fadas etc...
·
· Lista de palavras de acordo com o
tema ( campo semântico)
· Leitura de textos fatiados.
Ler frases ou versos, organizar e colar.
· Pintar espaços entre as
palavras.
· Organizar palavras de uma frase,
após ler. Organizar de acordo com os numerais que estão nas palavras.
· Envolver palavras nas frases e
contar o número destas.
Autora :
Karla Cristina Carrozzino Gaudencio
Biografia
GROSSI, Esther Pillar. Didática da Alfabetização. 1ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1990.
Caio
Mês de fevereiro
Avaliação diagnóstica: silábico com consciência sonora de vogais.
Caio
Mês de março
Nível de escrita: silábico -alfabético
Caio
Mês de maio
Nível de escrita: alfabético.
Começou a ler !
Caio
Julho
Alfabético , lê com maior fluência. Aglutina algumas palavras na frase.
Caio
Agosto
Alfabético. Lê com fluência.
Caio
Agosto
Alfabético. Produz textos com menos aglutinações . Escreve com várias sílabas complexas,porém ainda está em processo da escrita ortográfica. Escreve o texto utilizando alguns sinais de pontuação.
Caio
Outubro
Alfabético, produz textos com menos aglutinações . Escreve com várias sílabas complexas,porém ainda está em processo da escrita ortográfica. Escreve o texto utilizando alguns sinais de pontuação.
Ana Jullia
Ana Jullia
Fevereiro
Pré-silábica
Ana Jullia
março
silábico-alfabética
Ana Jullia
maio
alfabética
Começou a ler !
Ana Jullia
Junho
Alfabética
Lê com fluência e compreensão !
Ana Jullia
Julho
Alfabética
Lê com fluência e compreensão!
Ana Jullia
Agosto
Alfabética
Alfabética. Escreve textos com coesão e compreendidos por quem os lê !
Lê com fluência e compreensão !
Ana Jullia
outubro
Alfabética. Escreve pequenos textos com coesão e compreendidos por quem os lê !
Lê com fluência e compreensão !
Ana Jullia
novembro
Alfabética. Escreve pequenos textos com coesão e compreendidos por quem os lê !
Lê com fluência e compreensão !
Brian Luiz
Gabriel

Isabelle 1º ano/2017
Apresenta distúrbio de linguagem / começou a falar palavras , falando as sílabas pausadamente. Apresenta o cognitivo preservado. É muito inteligente.
Ighor Marcello
João Gabriel
Não consegui digitalizar a avaliação diagnóstica de fevereiro, mas o aluno iniciou na hipótese pré-silábica. Apresenta gagueira, prejudicando a sua leitura.
João avançou para o nível alfabético no 2º ano, lendo silabando, pois apresenta gagueira.
Kauan de Olveira
Kayke
Kauan Eduardo
Lavínia
Letícia
Lucas
Lucas apresenta paralisia cerebral, porém seu desenvolvimento cognitivo é preservado, somente a coordenação motora ampla e fina foi comprometida.
Não consegui digitalizar a avaliação inicial em fevereiro, mas o aluno iniciou pré-silábico.
Maithê
Maria Eduarda/ 1º ano/2017
1º ano/ abril/2017. A aluna ao escrever sem apoio retorna ao nível pré-silábico
Maria Eduarda 2º ano/ fevereiro /2018
silábico com valor sonoro de algumas vogais
No 1º ano a aluna , não tinha organização espacial, pintava fora do limite do desenho, sumindo com este. Colocava muito água ou muita cola rasgando a folha. Este ano demonstrou maior coordenação dos movimentos finos e organização espacial.
Não sabia nomear várias cores , noções de posição, grandeza e sentido. No 2º ano desenvolveu cognitivamente, na coordenação motora ampla e fina , na organização espacial e sócio-afetiva. Avançou bastante em seu processo de ensino-aprendizagem.
2º ano / Março de 2018
Maria Eduarda está relacionando vários fonemas, porém ainda não apresenta autonomia na escrita e não lê, se escreve sozinha retorna as hipóteses anteriores. Precisa de alguém que a ajude a organizar o pensamento, por isso ainda não a considero alfabética,mas silábico-alfabética ou em processo ou conflito de passagem entre os níveis silábico e alfabético.
2º ano/ abril /2018
Maria Eduarda
Silábico -alfabética
A aluna está começando a escrever o nome. Se perde na organização espacial , ao copiar o nome do telhadinho e agora que está caminhando para o nível alfabético, relacionado grafema /fonema, está escrevendo ao soletrar como se escreve as sílabas do seu nome sem olhar no telhadinho.
Natan
1º ano /Fevereiro/2017
1º ano/ Fevereiro/2017
pré-silábico
1º ano/ abril/2017
silábico sem valor sonoro
1º ano/ maio de 2017
Conflito de passagem entre os níveis silábico e alfabético.
Natan /2º ano/ março de 2018
1º ano/ Marlon / fevereiro /2017
1º ano/ Samuel Roger
Fevereiro /2017
Pré -silábico
O aluno era muito faltoso !
Não consegui digitalizar a folha de abril, porém Samuel estava silábico com valor sonoro.
Maio
Silábico-alfabético
1º ano/Julho/2017 Poderia considerá-lo alfabético, mas como não tinha autonomia na escrita e na leitura , o considerei silábico -alfabético. Como era um aluno infrequente, devido aos várias problemas sociais, seu processo de aquisição da escrita alfabética avançava e recuava. No 2º ano o aluno frequentou muito pouco a escola, devido aos problemas familiares e em sua comunidade.
Samuel Calleb
1º ano/2017
Aluno muito faltoso. Já havia repetido por faltas.
Fevereiro
Samuel Costa
1º /2017
O aluno já iniciou alfabético-ortográfico
Thainá
1º ano /2017

Vitor Hugo


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