METODOLOGIA DE UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE ALFABETIZAÇÃO SIGNIFICATIVA , DISCURSIVA E DE CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO
METODOLOGIA DE UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE ALFABETIZAÇÃO SIGNIFICATIVA , DISCURSIVA E DE CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO
O processo de alfabetização inicia-se pelos nomes próprios, pois agiliza o
processo de aquisição da escrita alfabética e ortográfica, por serem as
palavras mais significativas e, portanto mais fácil de memorizar, pois estão
relacionadas a emoção e a identidade dos alunos. São realizadas atividades na
rodinha de reconhecimento global dos nomes, das letras iniciais e finais e
percepção das diferenças e semelhanças entre os nomes. Em concomitância às
atividades com os nomes, são trabalhadas atividades com o alfabeto mostrando
que este é dividido em letras que são chamadas de vogais e consoantes, além das
letras estrangeiras. É explicada a função das vogais e das consoantes nas
palavras. As consoantes sozinhas não tem som e precisam das vogais para ter
som, portanto a criança percebe que a base da sílaba é a vogal e que se
tirarmos as vogais não podem ler as palavras. São destacadas as vogais, trabalhando-se os
sons iniciais destas nas palavras, assim como a função das vogais nas sílabas.
São realizadas atividades para completar palavras que iniciam com som das
vogais, formar conjunto de figuras que iniciam com as vogais, completar com as
vogais que faltam nas sílabas para a criança perceber o som das vogais nestas,
percebendo também que a consoante sozinha não tem som. São utilizados os nomes
próprios dos alunos nestas atividades.
São realizadas
atividades na rodinha e em folhas. As crianças começam a perceber o significado
de sílaba, contando nos dedos quantas sílabas tem o seu nome e dos colegas. São
realizadas atividades para completar com as letras e sílaba iniciais dos nomes
dos colegas, organizar as letras dos nomes, tendo o telhadinho como suporte e
utilizando letras móveis, copiar os nomes de meninas e meninos, escrever de
forma memorizada os nomes dos colegas, agrupar nomes que começam com a mesma
letra, contar número de letras e sílabas dos nomes dos colegas, etc.
As crianças
conhecem um pouco da História da escrita, percebendo a necessidade do ser
humano de registrar a linguagem, desde a pré-história até os dias atuais . É
contada a história ; “ A Invenção da Escrita” de Silvana Costa, o qual conta a
Historia da escrita, depois as crianças
produzem um texto coletivo sobre
a história , demonstrando se compreenderam o texto. A professora faz perguntas
relacionadas sobre o texto e as crianças vão respondendo e a professora vai
registrando os seus relatos. A professora nesse caso é a “escriba” e os alunos,
os autores do texto. As crianças sempre
realizam ilustrações abaixo do texto, que são referentes a este. São realizadas atividades de artes plásticas
com pinturas rupestres do período da pré-história. Percebem que existem muitas
outras formas de linguagem, que já sabem ler muitas coisas, como: imagens,
símbolos e rótulos. Pesquisam
sobre rótulos e imagens que sabem ler, além de atividades em folhas. É
necessário que as crianças conheçam todas as letras do alfabeto e comecem a
relacionar o som das consoantes iniciais nas palavras, por isso, o alfabeto é mostrado e falado em interação
com as crianças todos os dias , além de atividades em folhas para relacionar o
som das consoantes iniciais das palavras, às quais são os nomes dos alunos e outras palavras significativas.
Os alunos
confeccionam um alfabeto com nomes próprios e outro de acordo com o tema
trabalhado na sala. As crianças relatam
os temas que gostariam de estudar na sala. É escrita essa lista na frente
das crianças em um cartaz que fica na sala.
Essas palavras, às quais são do vocabulário das crianças são
significativas para elas e são colocadas neste outro alfabeto juntamente com
uma figura ( desenho) e farão parte do vocabulário de apoio ( banco de palavras ).
São realizados
pequenos projetos com temas das áreas do conhecimento social e natural,
começando pela identidade dos alunos: eu
sou assim, as nossas preferências, o nosso corpo, a nossa família, a nossa casa,
a nossa rua , a nossa escola, o nosso
bairro... Temas que se relacionam a vida do aluno e que são do interesse das
crianças, nestes são realizadas atividades de forma interdisciplinar que
trabalham a apropriação do sistema de escrita alfabética e ortográfica com
palavras do campo semântico estudado, tais como: relacionar fonema/grafema dos
sons das letras iniciais dos nomes dos colegas, das partes do corpo, dos objetos de higiene, escrever conforme as hipóteses de escrita os
nomes dos familiares , nomes do objetos que tem em casa...
Depois dessas atividades as crianças começam a avançar rapidamente em suas hipóteses de escrita, pois conheceram todas as letras do alfabeto, além de relacionar fonema /grafema destas letras, tendo assim suportes para construírem a escrita e em abril a maioria da turma está no nível silábico-alfabético, porém ainda acho necessário sistematizarmos esse conhecimento e a partir de maio é enfatizado palavras que iniciam com os mesmo fonema ( som).
Os alunos ditam palavras que começam com o som da mesma letra e é produzida uma lista de palavras, destacando-se em vermelho a letra e sílaba inicial. As sílabas nunca são trabalhadas de forma isolada, mas destacadas a partir da palavra. As crianças percebem a pauta sonora quando falamos a palavra. Percebem o que é sílaba, que cada vez que abrimos a boca sai um pedacinho da palavra e contam nos dedos. Realizam atividades em que circulam os desenhos que só começam com o som de determinada letra. É necessário colocar outros desenhos que não começam com o som da letra pedida, pois as crianças aprendem com a relação , a comparação. As crianças em níveis pré-silábicos e silábicos começam a relacionar palavras que iniciam com o som da mesma letra, relacionando o som desta letra e começando a desenvolver a consciência fonêmica. São solicitadas as crianças nestes níveis de escrita que completem as palavras com as letras e sílabas iniciais. É sempre colocado um banco de letras na folha: vogais em um retângulo e consoantes das iniciais dos nomes dos desenhos em outro retângulo. Os alunos em níveis silábico-alfabéticos e alfabéticos são solicitados que escrevam os nomes dos desenhos. Em outras atividades, as crianças leem a lista de palavras ditadas por elas e que começam por “B” por exemplo. Elas leem os nomes pelas sílabas iniciais destacadas em vermelho e ligam ao desenho ou desenham ao lado da palavra, são realizadas atividades de escrita de palavras como, autoditados e cruzadinhas, de leitura de palavras em atividades para ler e desenhar ou ler no caça-palavras. Atividades de produção e leitura de textos coletivos, escritas e leituras individuais de frases ou pequenos textos sobre o tema estudado. As crianças sempre ilustram abaixo do texto.
A sequência das
letras (fonemas) pode ser trabalhada de acordo com o projeto escolhido ou
conforme a turma os interesses desta. Em cada letra do alfabeto conversam sobre
uma figura relacionada, geralmente cantamos uma música ( poesia, cantiga...)
sobre a figura ( baleia, cachorro...), pois as crianças gostam muito de música,
tornando o processo de alfabetização mais lúdico, prazeroso e
significativo. As crianças realizam
pesquisas para aprofundar o conhecimento sobre aquele tema, além de outras
atividades pedagógicas relacionadas ao conhecimento natural e social. Nestas
atividades as crianças fazem listas de animais mamíferos, aves, tipos de casas,
trabalhando-se o som das letras iniciais e as sílabas iniciais de palavras do
mesmo campo semântico, escrevendo-se palavras com sílabas simples e complexas.
As crianças ditam as palavras e a professora escreve no cartaz ou chama a
criança para escrever, depois intervém nas hipóteses da criança.
Nas atividades
individuais as crianças desenham animais mamíferos, por exemplo, e escrevem de
forma espontânea, tendo a intervenção da professora na hipótese do aluno. A
apropriação do sistema de escrita ocorre em um ambiente de letramento em que as
crianças percebem a função social da escrita. São trabalhados vários gêneros
textuais e seus suportes, tais como: poesias, cantigas, parlendas, textos de pesquisa (informativos), histórias (
narrativas), bilhetes , cartões , convites, receitas etc. As atividades estão
também sempre relacionadas às artes plásticas, música, dramatização e dança,
tornando a alfabetização mais lúdica e prazerosa, além de ampliar o
conhecimento cultural das crianças.
As atividades com
sílabas que não são iniciais ( medianas e finais) são apropriadas aos alunos de
níveis silábico-alfabéticos e alfabéticos. As crianças que estão nos níveis
pré-silábicos e silábicos terão mais dificuldades
em realizar atividades que se referem as sílabas que não são iniciais (
medianas e finais), principalmente àquelas de juntar as sílabas e formar
palavras, no entanto podem realizar as atividades em que percebem o som da
primeira letra e da primeira sílaba no contexto da letra inicial da palavra,
escrevendo esta abaixo do desenho. A sílaba inicial é percebida através do som
da letra inicial.
Os
pré-silábicos irão aos poucos percebendo que cada vez que abrimos a boca sai um pedacinho da boca (sílaba) e avançam para o nível silábico, só que a
sílaba para eles representa uma letra. Para os alunos silábicos, é proposto
atividades para completar a palavra com a letra inicial e sílaba inicial, à fim
de que relacionem fonema/grafema de vogais e principalmente de consoantes, pois
as crianças apresentam mais dificuldades em perceber o som destas. Também são
propostas outras atividades, como: trocar as vogais na sílaba transformando a
palavra, contar o nº de letras e sílabas, pedir que leiam o que escreveram e
colocar tracinhos para completarem com a letra que está faltando na palavra,
cruzadinha para alunos em níveis silábicos com valor sonoro e
silábico-alfabéticos, pois desequilibram as hipóteses desses alunos, em relação
à quantidade de letras, pois o aluno acha que o número de sílabas é igual à
quantidade de letras. Ex: BOLA = OA ou já começam a escrever algumas sílabas da
forma convencional e algumas sílabas escrevem com uma letra para representá-la.
O aluno perceberá que tem mais quadradinhos que as letras que escreveu. Ex:
BOLA= BOA. Na cruzadinha a criança irá
perceber a insustentabilidade de sua hipótese, pois perceberá que irá sobrar
quadradinho e a professora irá mediar com perguntas que as façam refletir sobre
a escrita. Estes procedimentos interferem na hipótese silábica desses alunos,
promovendo o avanço para os níveis silábico-alfabético e alfabético. Atividades
com letras móveis são apropriadas para os alunos com hipóteses iniciais de
escrita ( pré-silábicos e silábicos).
Apesar de
atividades de lista de palavras que iniciam com o som da mesma letra sistematizarem
o grupo silábico de determinada letra, a sílaba não é fruto de memorização, mas
de ideias construídas logicamente pelas crianças que avançam em seus níveis de
escrita, nos quais as intervenções da professora na lógica de pensamento dos
alunos desequilibram as suas hipóteses iniciais sobre a escrita. Não são
apresentadas somente as sílabas simples, mas as complexas também, que são
reforçadas a partir do mês de agosto ou setembro. As atividades com chamadinha
e nomes dos alunos não são realizadas somente no início do ano. As atividades
são realizadas de forma cíclica.
Quanto à letra
cursiva, as crianças passam a escrever com esta quando avançam para o nível
alfabético de escrita. Isto não quer dizer que as crianças não são apresentadas
a letra cursiva. São apresentadas aos quatro tipos de letras, só não são obrigadas
a escrever com ainda com a letra cursiva.
5.2 Uma
sequência didática com o tema: “A Borboleta”
·
A Borboleta
·
É registrada na frente das crianças uma lista de
temas que elas gostariam de estudar no 1º ano.
·
Começamos com o texto, no caso uma poesia, uma
cantiga, geralmente uma música, pois as crianças gostam muito, sendo lúdico. A
palavra “Borboleta” é destacada, tendo sido também colocada no alfabeto, quando
as crianças me falaram os temas de interesse delas. Também são destacadas as
palavras que rimam.
·
É
realizada a dobradura da borboleta e pedido para completarem a palavra “borboleta”
com a letra inicial e as vogais que faltam. Pode-se também, usar letras móveis.
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É produzido um texto coletivo com informações
sobre o que sabem sobre a borboleta.
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As crianças pesquisam o que querem saber sobre a
borboleta.
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Se conseguir uma lagarta, é interessante para
acompanhar e registrar as etapas da metamorfose. Desenhar e escrever.
·
É registrado um texto coletivo sobre o que
descobriram sobre a borboleta. Na folha da dobradura escrevem um pequeno texto sobre o que
descobriram.
·
Em outra turma produziram uma poesia diferente
sobre a borboleta, trabalhando esse gênero textual e as rimas.
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É produzida uma lista palavras relatadas pelos
alunos de outras palavras que iniciam pelo som da letra "B". São
destacadas as sílabas iniciais e realizada a leitura.
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São
vistos filmes sobre a borboleta e ouvida a história: " A Borboleta e o
Grilo".
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Podem desenhar e escrever sobre a história. “São
escritas palavras que iniciam pelo som
da letra “B”.
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Pode usar letras móveis e cruzadinhas. É feita
uma lista de outros insetos ( falar das caraterísticas dos insetos),
relacionando o som da letra e sílaba inicial. Pedir para desenhar outros insetos e escrever.
·
Desenhar a borboleta e escrever sobre ela. Frase
ou pequeno texto informativo.
Exemplos de algumas atividades:
Telhadinho somente com nome próprio, utilizado na rodinha
Telhadinho com o nome todo . De um lado está com a letra de forma maiúscula e do outro com a letra cursiva, para futuramente quando estiverem no nível alfabético utilizarem.
Poema nome de gente de Pedro Bandeira
Atividade individual , a mesma que no cartaz
Após fizermos várias vezes o reconhecimento dos nomes na hora da chamadinha. A letra inicial, final, a sílaba inicial, semelhanças e diferenças. realizei algumas atividades referentes aos nomes.
Pesquisa sobre o nome

Pesquisar figuras que começam com a letra do seu nome.
Quem não tinha figura , desenhou ! Ana Vitória consultou a lista de palavras que tinha na sala.As crianças depois mostraram na roda e colocamos no mural da sala.
Jogo da memória com nomes
Alfabeto. Conhecer vogais e consoantes.
A HISTÓRIA DA ESCRITA








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