O processo de aprendizagem ocorre pela
capacidade de relacionar, comparar. A forma de ensinar da professora muitas vezes não está em concordância
com o pensamento da criança sobre a hipótese de escrita daquele momento,
portanto , memorizações de sílabas e uso de letra cursiva no início da
alfabetização é totalmente inapropriado, além de textos totalmente sem sentido,
pois por exemplo, só se pode formar palavras com as sílabas da letra
"B", como: "O bebê é da Bia. “O bebê baba na Bia”. Para
ocorrer aprendizagem , esta deve fazer sentido, ser significativa, envolver a
criança emocionalmente, ser prazerosa, portanto é necessário usar textos
que são de uso social, textos apreciados pelos alunos como: poesias,
poemas, contos de fadas, textos informativos do conhecimento natural e social,
cantigas, parlendas, trava-línguas e textos coletivos produzidos pelas próprias
crianças, como : reconto de uma história, criação de uma história, descrição de
um personagem, relato de um texto instrutivo sobre uma brincadeira, receita,
bilhete, criação de um poema...
O início
do processo de alfabetização em uma turma de
1º ano (Turma de 1º ano\ 2017)
Atividades realizadas em fevereiro, março e abril na turma de 1ºano de 2017
Projeto: “Nossa Identidade”
Como começamos?
Primeiramente começamos o processo de alfabetização em uma turma de 1º
ano, reconhecendo as diversidades socioculturais, de processos de aprendizagem,
desenvolvimento e letramento.
As
primeiras palavras significativas são os nomes das crianças. Antes de iniciar o
ano é necessário já ter a lista de alunos da turma e digitar os nomes,
confeccionando os telhadinhos (fichas dos nomes) e escrever o nome com a letra
de forma maiúscula com as letras bem grandes para que as crianças enxerguem de
longe, geralmente com a fonte Arial Black, tamanho 72. São confeccionados dois telhadinhos (ficha de
nomes), um é feito de forma provisória, logo no início do ano, só com o primeiro
nome, depois é feito outro com o nome todo: na frente escrito com letra
de forma maiúscula e atrás com a letra cursiva.
É
necessário continuar no 1º ano do Ensino Fundamental, a rotina da Educação
Infantil. As crianças de seis anos, ainda apresentam necessidade de movimento, são
ávidas por conhecimento, ainda necessitam brincar e imaginar situações que são
vivenciadas em casa e na sociedade, enfim ainda necessitam de atividades
lúdicas. As crianças são recebidas e
acolhidas com a sala organizada em grupos, com atividades diversificadas, tais
como: massinha, jogos de construção, blocos lógicos, jogos de matemática e
leitura e escrita, desenho ou pintura, livros de história, área de
dramatização com brinquedos e roupas e um grupo de atividade pedagógica mediada
pela professora. A criança tem a livre escolha da atividade, porém todas devem
passar pela mesa de atividade pedagógica. Geralmente elas vão nesta mesa
espontaneamente e se chamamos, compreendem que é o
seu momento e depois continuarão a atividade que estavam realizando no outro
grupo. Desta forma as crianças , quando fazem a transição da Educação Infantil
para o Ensino Fundamental sem sentirem grande diferença de um ciclo para o outro. As crianças se sentem
felizes em estar na escola, pois apesar de se ter o objetivo de alfabetizar,
havendo momentos de atividades mais sistematizadas, que exigem maior
concentração, a criança é respeitada em sua infância, pois realizam atividades
que são significativas e lúdicas, às quais elas não se sentem massacradas por
excesso de atividades ou impedidas de se movimentarem e se expressarem.
As
atividades em folha são realizadas conforme o assunto realizado na
roda. Nas duas primeiras semanas conhecem o espaço da escola e
realizam atividades diagnósticas (avaliações iniciais), a fim de
conhecermos as hipóteses de escrita das crianças e os conhecimentos matemáticos
prévios, porém as crianças nem sabem que
estão sendo avaliadas em relação a sua escrita. As crianças realizam atividades com recorte, colagem,
desenhos e pintura e escrevem sobre seus desenhos de acordo com suas hipóteses
de escrita. Como começamos falando sobre a identidade das crianças, iniciamos
com uma atividade para elas se desenharem em algum lugar e escreverem o nome próprio do seu jeitinho,
assim avaliamos a noção do esquema corporal e a escrita do nome próprio. Depois
pedimos para desenhar o que gostam e não gostam. As crianças realizam essas
atividades em um grupo de seis, geralmente com uma turma de vinte e cinco
crianças. Após as crianças se desenharem, é necessário atendê-las individualmente,
perguntando o que desenharam e pedindo para escreverem os nomes dos seus
desenhos. Algumas crianças dizem que já escreveram, pois na hipótese delas o desenho
já é uma escrita (nível pré-silábico 1\ fase icônica). Outras já escreveram ao
invés de desenhar. Outras falam que
não sabem escrever, então é preciso deixá-las bem à vontade e dizer que podem
escrever do jeitinho delas, pois a professora precisa conhecer como elas pensam
para depois poder ajudá-las a ler e escrever. Algumas crianças escrevem frases
e textos, relatando quase uma história do seu desenho. Enquanto realizo essa
atividade, as outras estão ocupadas em outros grupos, os quais já foram
mencionados. No início do ano não realizo a atividade de sondagem de escrita,
como Emília Ferreiro realizou em suas pesquisas: quatro palavras e uma frase de
um mesmo campo semântico (partes do corpo, frutas, animais...) e também na ordem de palavras que ela cita: polissílabas, trissílabas, dissílabas e
monossílabas, pois são muitas crianças e acho melhor começar pelo desenho da
criança com o objetivo de conhecer os seus gostos e suas hipóteses de escrita de uma forma
lúdica e espontânea e dialógica.
Depois
as crianças vão para a roda de conversa, e é mostrado o telhadinho com os nomes
dos alunos e é perguntado a quem pertence determinado nome, com o objetivo de avaliar se as crianças já
leem os seus nomes globalmente. Também é perguntado as letras iniciais e finais dos nomes com o objetivo
de saber se já reconhecem as letras que iniciam e terminam o seu nome e
dos colegas. É pedido que contem a quantidade de crianças, quantos meninas e
meninos e é somado o total, neste momento também são avaliados os conhecimentos
prévios sobre a relação quantidade numeral e ideias de adição e subtração e se
vê qual é o dia que estamos, marcando o dia no calendário, que é o usualmente
utilizado no dia a dia. Pode comprar estes calendários em papelaria ou
confeccioná-los. As crianças mostram suas atividades e relatam sobre o seu
desenho do que gostam e não gostam. Geralmente são as brincadeiras, desenhos animados,
comidas, animais preferidos...
Realizamos
a rotina, mostrando que atividades irão realizar durante o dia. Estas podem ser
feitas com figuras ou fotos dos espaços da escola e atividades pedagógicas e
com o nome da atividade embaixo destas, pode ser escrita no quadro ou com o
desenho das crianças e a legenda relacionada a este. Para alunos autistas é
mais recomendado serem figuras ou fotos com o nome embaixo, pois estes
compreendem mais as imagens, necessitando do recurso visual. A sequência das
atividades que irão realizar tranquiliza as crianças e auxiliam a se
organizar.
Em
seguida as crianças vão conhecer os espaços e os funcionários da escola nova. Vão
para o recreio e alimentam-se. Na volta
falam sobre a visita a escola e é contada uma história, geralmente relacionada a identidade ou a escola e pedimos as crianças para relatarem a parte que mais
gostaram, conversamos sobre a história e as crianças a interpretam oralmente. Cantamos
músicas e realizamos brincadeiras, como: cantigas de roda, músicas da “Bia
Bedran” e “Palavra Cantada”, às quais desenvolvem a noção do esquema corporal e
noções de posição (direita/esquerda, em cima/embaixo, atrás/na frente), noções
de grandeza (maior/menor, grosso/fino, comprido/curto...), noções de sentido (na
mesma direção, sentido contrário...). .
Durante
os meses de fevereiro, março e abril são realizadas outras atividades
relacionadas à identidade das crianças, como pesquisas sobre os seus dados
pessoais, nome todo, nome dos pais, avós, idade, data de nascimento, a sua
linha do tempo, árvores genealógica, dados da certidão de nascimento, confecção
da sua carteira de identidade... Quando as crianças fazem essas pesquisas
sempre socializam na roda e conhecem uns aos outros. Depois podemos juntar
essas folhas e fazer um livrinho da identidade de cada criança.
Enfim, todas essas atividades têm o objetivo
de conhecer os alunos e de avaliar os conhecimentos prévios deles sobre a
leitura, escrita e Matemática, mas além de avaliar, é um aprendizado também, pois na roda
socializamos essas hipóteses na escrita de listas e textos coletivos, em que
cada criança relata a sua hipótese de escrita e a professora intervém com
perguntas que fazem os alunos refletirem sobre suas hipóteses, assim as
reformulam e progridem no processo de aquisição da escrita alfabética e
ortográfica.
De
forma concomitante a esse período de conhecimento e acolhimento das crianças, é
necessário falar diariamente, que para termos um ambiente de respeito e para as
atividades ocorrerem de forma harmoniosa, gerando o aprendizado de todos, é
necessário respeitarmos certas regras, que chamamos de “Combinados da
Turma". Salientando que quando vamos escrever esses “Combinados” no
cartaz, as crianças já os conhecem, pois já foram vivenciados em várias
situações na sala. É conversado com os
alunos “Os Combinados” (regras de convivência) e registrados em texto coletivo
o que as crianças falaram. A professora escreve e as crianças desenham abaixo
do texto. Depois todos assinam o seu nome se comprometendo a respeitar os
combinados. Quando os “Combinados” são feitos juntos com os alunos eles
respeitam mais, porque compreendem.
As crianças são solicitadas a lerem imagens de
uma história e contarem o que há nas imagens, formando um texto coletivo em que
o professor é o escriba. Perguntamos se sabem ler certos símbolos, gestos e
expressões faciais, como placas e sinais de trânsito que são mostrados as
crianças. Temos o objetivo com essas atividades de trabalhar textos não
verbais.
Após
vários dias realizando a chamadinha na rodinha, é confeccionado um alfabeto com
os nomes das crianças, utilizando as fotos delas ou o desenho feito pelas
crianças. Este é colocado na sala de forma gradual, porém ao iniciar o ano já
há existência de outro alfabeto, no qual vão sendo acrescentadas mais figuras e
palavras significativas de acordo com o tema trabalhado. Cantamos uma música, falando as letras do alfabeto, porém com os nomes e
figuras que eles escolheram para o alfabeto. Este tem que ser mostrado e
cantado diariamente, para que as crianças conheçam as letras do alfabeto,
relacionando-as aos nomes dos colegas e outras figuras escolhidas por
eles. Desta forma ocorre uma aprendizagem significativa, pois se lembram
dos nomes dos colegas. As crianças assim vão conhecendo todas as letras do
alfabeto. Aprendem que no alfabeto, as letras se dividem em vogais e consoantes
e letras estrangeiras. Fazem pesquisas e atividades de figuras que iniciam com
a letra inicial do seu nome, como enfeitar com bolinhas de papel crepom,
transformar a letra em uma casa, uma rua, uma flor...
No
início do ano geralmente realizamos atividades relacionadas à noção do esquema
corporal e orientação espacial, através de brincadeiras, músicas e atividades
gráficas. As crianças são solicitadas a contornarem o corpo de um colega no
papel pardo ou 40kg. Depois desenham o que há no rosto e no corpo. Desenham um
boneco e uma boneca, conversamos sobre as diferenças e semelhanças entre os
sexos. Depois desenham a roupa ou fazem uma colagem. Escolhem um nome para
boneca ou boneco, nomeiam as partes do corpo e a professora escreve no cartaz.
É perguntado com que letras iniciais começam os nomes das partes do
corpo, quantos pedacinhos (sílabas saem da boca quando falam os nomes), como
escreve o primeiro pedacinho (sílaba). Também escrevem um texto coletivo,
descrevendo os novos amigos da sala (bonecos ou bonecas). Esse desenho se
transforma em um boneco real, o qual as crianças levam para casa e passam o
final de semana com eles. Desenham o que fizeram com ele em um caderno meia
pauta e os pais escrevem. Na roda eles contam o que fizeram com o boneco.
As
crianças fazem algo parecido na atividade em folha, recortam a cabeça de uma
pessoa da revista ou se tira fotos das crianças e usa-se a foto da cabeça da
própria criança pedindo para desenhar o restante do corpo, depois escrevem os
nomes destas partes, conforme as suas hipóteses. Conversamos sobre que hábitos
de higiene que o novo amigo da sala deve
ter. Trabalhamos a aquisição da
alfabética e ortográfica dos nomes dos produtos e palavras relacionadas aos
hábitos de higiene. Como escritas espontâneas, completar com a letra inicial,
contar nº de letras e sílabas, atividades com letras móveis...
As
crianças pesquisam rótulos que já sabem ler com o objetivo de mostrar a elas
que já sabem ler muitas palavras. Realizam a leitura global da palavra “COCA-COLA”,
por exemplo. Perguntamos com que letra começa a palavra e quem na sala e
o que mais inicia com “C” de “COCA-COLA”. Elas colam
cada rótulo na letra inicial, formando um alfabeto com rótulos.
Conversamos
sobre “História da Escrita” e é produzido um texto coletivo, a partir do livro
de literatura infantil: “A Invenção da escrita da autora Silvana Costa”. Neste
livro, vimos que desde o período pré-histórico, o homem registrava o seu
pensamento, comunicava-se com outros graficamente, demonstrando sua vida
cotidiana. As crianças então realizam atividades artísticas, fazendo releituras
de pinturas rupestres com tinta, ou contornos
de figuras. As atividades pedagógicas são desenvolvidas de forma
interdisciplinar, ampliando o conhecimento artístico, cultural e histórico. Com uma perspectiva discursiva e se apropriando da aquisição da leitura e escrita alfabética e ortográfica. O objetivo dessa
atividade é que as crianças conheçam a
História da escrita , antes de aprenderem a ler e escrever e perceber que essa
História começou com o “ desenho” , como o primeiro registro escrito e forma de
expressão e comunicação gráfica.
Cantamos e brincamos com cantigas e parlendas
relacionadas à relação quantidade /numeral, e confeccionamos um
cartaz com uma dessas parlendas ou cantigas, tais como: “A galinha do Vizinho”,
“Indiozinhos”, “Um Dois, Feijão com Arroz”... Os cartazes são sempre
confeccionados junto com as crianças, pois é muito mais significativo e
por isso, as crianças aprendem. Elas realizam atividades relacionadas à
distinção entre letras e números, além de outras atividades que tem o objetivo desenvolver
a noção de número, nas quais relacionam quantidade-numeral até dez, utilizando
os textos das cantigas e parlendas.
As
crianças são questionadas quanto à função das letras e dos números. Escrevemos
esses relatos em textos coletivos. As crianças sempre ilustram com os desenhos
delas abaixo do texto. É aconselhável digitar ou tirar fotos dos textos dos cartazes,
pois registram o histórico de atividades e vivências da turma, produzindo assim,
um “Livro da Vida” da turma.
Os
objetivos dessas atividades são muitos, tais como: perceber que já sabem ler
muitas palavras, que nem tudo que lemos tem letras, como imagens, desenhos,
placas, gestos. Perceber que há textos verbais: com letras e não verbais: sem letras. Perceber a função dos
números, que estes servem para contar, mostrar preços, mostrar números do
sapato, verificar a hora, que os textos são escritos da esquerda para a direita,
de cima para baixo, perceber que para formar uma palavra as letras ficam
juntinhas e que existe um espaço entre as palavras na frase. Também vão
conhecendo outros sinais gráficos, como os sinais de pontuação.
Como relatado anteriormente, o alfabeto é mostrado todo dia e em determinado momento as vogais são destacadas do alfabeto para que as crianças percebam que sem elas, as consoantes ficam com o som fraco, quase sem voz. O objetivo dessas atividades, é que percebam quais as vogais são a base da sílaba. Realizam atividades para completar com as vogais iniciais e para completar com as vogais nas sílabas das palavras. Este desenvolvimento da consciência dos sons das letras, das funções dessas letras na palavra e da consciência da segmentação da palavra em pedacinhos (sílabas) é fundamental no processo de alfabetização. É o que denominamos de consciência fonológica, à qual está envolvida a consciência silábica e fonêmica, assim como, palavras que iniciam com as mesma letras ou sílabas (aliteração) e palavras que terminam com sons parecidos ( rimas). As crianças começam a desenvolver a noção de sílaba, relacionando-as aos nomes dos colegas. As atividades em folhas, também são relacionadas aos nomes dos alunos. Exemplo de atividades: completar com a letra inicial os nomes dos colegas, nomes dos animais e de objetos. Agrupar figuras que iniciam com a mesma vogal, completar com as vogais iniciais e com as vogais nas sílabas, contar o número de sílabas e letras, completar com as letras e sílabas iniciais os nomes dos colegas e outros nomes. Brincar qual nome tem mais sílabas. Brincar de barquinha, colocar na barquinha nomes ou desenhos que começam com a mesma sílaba ou som de letra. Ler poemas e cantigas e envolver as palavras que rimam. Falar mais palavras que rimam agrupar figuras que rimam, ligar figuras que rimam... Bingo com nomes, jogo da memória com nomes e fotos das crianças, dominó letra inicial com a figura, agrupar figuras que iniciam com a mesma letra ( vogal ou consoante)...
Continuando
as atividades com o tema: “Identidade”, realizamos a leitura do poema: “Nome de Gente” do autor Pedro Bandeira e trabalhamos a
interpretação do poema e as palavras que rimam (as crianças envolvem essas
palavras no texto). Depois todas assinam o seu nome no texto. Pedimos uma
pesquisa sobre a origem do nome da criança para casa, na qual entrevistam os
responsáveis e perguntam o significado do nome , quem escolheu e o motivo da
escolha. Muitas crianças nesse período (mais ou menos em abril) progridem para
a hipótese silábica com valor sonoro e outras para a hipótese silábico-alfabética.
Começam a apresentar maior consciência fonêmica (sons das letras).
Resumindo,
é trabalhado de forma concomitante: textos/frases, palavras, sílabas e a
relação fonema\grafema e grafema\fonema. A
sílaba é destacada de palavras significativas que são memorizadas pelas
crianças (escritas em vermelho ou circuladas), sílabas isoladas não fazem sentido
para crianças que estão em níveis pré-silábicos e silábicos.
As
atividades são realizadas de forma interdisciplinar, com temas ou projetos de
interesse das crianças, do conhecimento social e natural, em que elas são
participantes ativas na construção do conhecimento, são autoras do seu processo
de ensino aprendizagem. O processo de alfabetização ocorre com sentido, em
uma perspectiva discursiva em que o discurso das crianças é registrado em
textos coletivos e na interação entre a professor, estas aprendem a ler e escrever. Não há uma gradação, primeiro as
vogais, encontros vocálicos, depois uma consoante de cada vez, famílias silábicas com sílabas
simples e depois complexas, palavras, frases e textos.
É necessário a professora conhecer os objetivos
que deseja atingir com as atividades que planeja de acordo com as demandas e
hipóteses de escrita das crianças.
Exemplo de um planejamento
1º dia de aula
P.S: é apenas uma proposta e uma
troca de experiência, cada professora pode e deve escrever o seu planejamento,
de acordo com a realidade da escola e das crianças em que trabalha. Do tempo\espaço dessas escolas!
1-
Receber as crianças e apresentar-se. É mais acolhedor recebê-las com a organização da sala em grupos de atividades
diversificadas: massinha, jogos de construção, blocos lógicos,
jogos de matemática e leitura e escrita, desenho ou pintura, livros
de história, área de dramatização com brinquedos e roupas e um grupo de
atividade pedagógica mediada pela professora. A criança tem a livre escolha da
atividade, porém todas devem passar pela mesa de atividade pedagógica.
2-
Atividade Pedagógica – Eu sou assim...
Esse é o meu nome ( se desenhar em lugar que mais gosta de ir e escrever o nome
do seu jeitinho).
3-
Roda de Conversa: Apresentação da
professora e das crianças. Conversar sobre as férias. Brincadeira da batata-quente: passar uma bola ou objeto e ir cantando uma música, se parar a
música na criança que pegou o objeto ela fala o nome, a idade e de que Unidade
de Educação Infantil veio, mostra o seu desenho e o lugar que mais gosta de ir. Chamadinha ( reconhecimento global dos nomes, letra inicial e final), calendário, cartaz de quantos somos cartaz de rotina e música da Cantiga: " A Canoa Virou", para o acolhimento e ir falando e conhecendo os nomes das crianças.
4-
Visita à escola. Recreio\ almoço ou
janta.
5-
História relacionada à escola ou ao
tema identidade: história “Sejam Bem-vindos”. Conversar sobre a escola do
livro, o que mais gostaram na escola nova.
6-
Arrumação
7-
Lanche
8-
Saída
Objetivos: Acolher e conhecer as crianças em relação ao desenvolvimento do grafismo, noção espacial e do esquema corporal, avaliar se reconhecem os nomes de forma global, se reconhecem as letras iniciais e finais dos nomes,
avaliar se relacionam quantidade-numeral.
ATIVIDADES DIVERSIFICADAS
Cartaz de ajudantes do dia
Cartaz e rotina . Fizemos com figuras , pois há alunos autistas na sala que necessitam de fotos ou figuras. Pode também ser feito com os desenhos dos alunos.
Cartaz dos dias da semana . A criança tira um dia da semana e coloca na rotina. As figuras e palavras são presas com velcro autocolante.



Poema nome de gente de Pedro Bandeira
Após fizermos várias vezes o reconhecimento dos nomes na hora da chamadinha. A letra inicial, final, a sílaba inicial, semelhanças e diferenças. realizei algumas atividades referentes aos nomes.
Pesquisa sobre o nome
Autora : Karla Cristina
Pesquisar figuras que começam com a letra do seu nome.
Quem não tinha figura , desenhou ! Ana Vitória consultou a lista de palavras que tinha na sala. As crianças depois mostraram na roda e colocamos no mural da sala.
Autora : Karla Cristina
Jogo da memória com nomes
Alfabeto. Conhecer vogais e consoantes.


2.2 Os Níveis Estruturais da Linguagem Escrita Pesquisados por Emília
Ferreiro
Ao pesquisar como a criança reconstrói o sistema de escrita, ao se
apropriar dessa linguagem, Emília Ferreiro observou quatro níveis de hipóteses:
pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
A orientação para se realizar o diagnóstico de
escrita, é que se escrevam quatro palavras do mesmo campo semântico (animais,
frutas, partes do corpo...) e uma frase, às quais sejam nesta ordem: uma polissílaba,
uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba e uma frase relacionada a uma
das palavras, no entanto não realizei assim, pois são turmas de vinte e cinco alunos e muitas crianças
demoram para escrever. Para realizar a
sondagem com a turma toda, é necessário umas duas semanas. São formados grupos
de atividades diversificas (desenho, massinha, mesa, jogos, livros, mesa de
atividade escolar...). Chamo seis crianças na mesa de atividade escolar,
primeiro desenham e depois chamo individualmente para escrever. Inicio com o
tema sobre a “Identidade” e o “Corpo”, por isso as palavras são relacionadas a
esses temas. No início do ano peço primeiro para desenharem o que gostam e não
gostam e depois para deixá-las bem à vontade peço para escreverem do seu
jeitinho, digo que não tem problema se
não sabem, pois quero saber o que já sabem sobre a escrita para ensiná-las.
Então elas escrevem a vontade, sem bloqueios.
Depois das crianças escreverem é necessário pedir
que leiam. No nível pré-silábico, elas passam o dedo direto na palavra, no
nível silábico elas leem, de acordo com o número de sílabas. Se a palavra tem
três sílabas, a criança irá ler colocando o dedo na letra que corresponde a
cada sílaba. Ás vezes ela pode colocar quatro letras, porém no momento de ler
ela irá ler até a terceira letra, pois a palavra tem três sílabas.
No final
deste livro estão os anexos com as atividades dos portfólios das crianças, às
quais demonstram intervenções e atividades pedagógicas que atuam na zona de
desenvolvimento proximal dos alunos, isto é de acordo com as hipóteses de
escrita que estes apresentam em determinado momento do processo de leitura e
escrita. A seguir as características de cada nível psicogenético pesquisado por
Emília Ferreiro e a didática para cada nível de escrita, tendo como base
teórica a autora Esther Pillar Grossi.
·
Nível pré-silábico
A hipótese
pré-silábica se subdivide em duas hipóteses: pré-silábica I e pré- silábica II.
·
Características:
·
Pré-silábico I: é uma fase em que a criança ainda não diferencia desenho e escrita.
Para ela o desenho é uma forma de escrita (fase icônica). Algumas crianças estão
na fase das garatujas (rabiscos) e desenhos circulares, porém a criança sabe
exatamente o que quer significa seu rabisco ou desenho circular, como por
exemplo: um círculo pequeno é ela mesma e um círculo grande, a
mamãe. Outras apresentam desenhos mais definidos, como: casa, sol,
carro... Também imitam a escrita,
desenhando ondinhas (letra cursiva) ou tracinhos (letra de forma), ou
pseudoletras (símbolos que fazem alusão a letras). Elas observam atos de
leitura e escrita e imitam esses atos, tentando grafar as letras.
·
Na hipótese desses alunos, somente se lê
figuras, imagens e fotos, para elas é impossível se ler com letras.
·
Ex: o desenho do Pikachu
representando o nome do desenho. (Figura 2.1)
Imitação da escrita com ondinhas (Figura 2.2)
·
Pré- silábico II: neste nível já utilizam letras para escrever palavras, porém a criança
não relaciona grafia à pronúncia (grafema\fonema) e escrevem quantas letras
acharem necessário.
·
Apresentam realismo nominal (quanto
maior o objeto, maior o número de caracteres). Ex: a formiga é pequena, então
tem poucas letras, a baleia é grande, então tem muitas letras.
·
Apresentam a hipótese que uma
palavra tem que ter no mínimo três letras, pois palavras com duas ou uma letra
não é palavra e não pode ser lida.
·
Muitas usam as letras do seu nome e
mudam apenas a ordem, pois em sua hipótese palavras diferentes não podem ser
iguais.
·
Escrevem números e letras, pois não
distinguem suas funções, que um texto é escrito com letras e os números servem
para contar e outras funções, por exemplo.
·
Exemplo: R. começa a escrever o nome com as letras de
forma espaçada em todo o espaço da folha. As letras se misturam com ondinhas e
traços, uma imitação da escrita (no nível pré-silábico 1). Seria uma transição
entre o níveis pré-silábicos 1 e 2. (Figura
2.3)
Exemplo do nível pré-silábico 2: L. já sabe que tem que usar letras para
escrever. AQDPAM= DESENHAR. (Figura 2.4)
·
Nível silábico
·
Características:
·
Percebe a
relação entre a oralidade e a escrita (a pauta sonora, de que cada vez que se
abre a boca sai uma sílaba).
·
Usa uma letra para cada sílaba.
·
Pode ou não fazer uso do valor sonoro (vogal
ou consoante).
·
Determina o mínimo de três letras para
ser considerada uma palavra. Em sua hipótese, é impossível escrever e ler
palavras com duas ou uma letra.
·
Exemplo: DEGM= TELEVISÃO ( silábico sem
valor sonoro). (Figura2. 5)
KBA= CABEÇA (silábico
com valor sonoro) ( Figura 2.6)
P.S: Muitas vezes ocorrem conflitos de passagens entre um nível e o
outro, como um conflito de passagem entre os níveis pré-silábico e silábico,
pois é intrínseco ao processo de ensino-aprendizagem que ocorram conflitos que
desequilibram as hipóteses formuladas, ocorrendo progressos e recuos.
·
Nível silábico-alfabético
·
Características:
·
Conflito de passagem entre os níveis
silábicos e alfabéticos.
·
Ora compõe sílabas, ora não compõe na
mesma palavra.
·
Faz maior uso de consoantes Acreditam que algumas consoantes se bastam para a composição da sílaba.
Ex: B= BE
Ex: PEA= PERNA (Figura 2.7)
·
A hipótese silábico-alfabética não é um nível definido, mas um conflito
de passagem entre níveis.
A hipótese silábico-alfabética é na realidade
um conflito de passagem, pois este nível não encerra atributos de uma estrutura
e, portanto não é um nível psicogenético (Grossi, 1990, p.53). Na realidade a
criança já está no nível alfabético de escrita, no entanto há crianças que
estão em meio há um processo, estão em conflito psicogenético e ora
escrevem na hipótese silábica, utiliza uma letra para cada sílaba, ora,
escrevem alfabeticamente, relacionando grafema/fonema, escrevendo a sílaba na
forma convencional, pois o processo de aquisição da escrita alfabética é um
processo em que há progressões e recuos e, portanto conflitos que não devem ser
delimitados com um nível ou estágio.
Algumas, já estão praticamente alfabéticas, mas às
vezes escrevem algumas sílabas no nível silábico, porém, quando mediamos
perguntando que vogal ou consoante falta na palavra, a resposta vem muito
rápida, pois estas crianças já leem. A maioria das crianças que estão nessa hipótese
não lê ainda e confunde o som de várias letras, pois não relacionam o som de
algumas consoantes. Precisamos intervir em suas hipóteses para que elas leiam.
·
Nível alfabético
·
Características:
·
A hipótese alfabética parece ser um fim de um longo
trabalho, mas é o começo de mais uma longa fase.
·
Escreve compondo sílabas foneticamente corretas;
·
Desconsideram a segmentação entre palavras;
·
Hipercorreção: exagera no uso de acentos e
pontuação.
·
Ex: PEDIO = PRÉDIO \ A CASA
DO INDIO É
A OCA. (Figura 2.8)
FIGURA 2.9. Exemplo de
escrita no nível alfabético. Logo que o aluno F. G. progrediu para o nível alfabético de escrita
em 22\02\2019 no 1º ano.
FIGURA 2.10 Exemplo de um
texto no nível alfabético da aluna A. C. em 05\12\2013 no 1º ano.
2.3 Intervenções pedagógicas
e propostas de atividades de acordo com os níveis conceituais de escrita:
Nestas atividades as crianças sentam em duplas ou em grupos de seis
alunos que apresentam níveis conceituais de escrita próximos, pois se forem
níveis de aprendizagem muito distantes não haverá mediação na zona de
desenvolvimento proximal, tais como: pré-silábicos com silábicos sem valor
sonoro e com valor sonoro e silábico-alfabéticos com silábicos com valor sonoro
e alfabéticos.
A professora questiona e as crianças dialogam
entre si suas hipóteses. Elas refletem sobre a aquisição da escrita alfabética.
O diálogo e troca de conhecimento são fundamentais para o avanço das crianças
no processo de ensino aprendizagem.
Apesar de serem propostas atividades
para cada nível conceitual, não quer dizer que as atividades devam ser
diferentes, podem ser as mesmas, no entanto as intervenções irão ser de acordo com o nível conceitual da
criança, atuando na zona de desenvolvimento proximal. As propostas de
atividades são propostas em dois grupos, unindo-se os níveis próximos de
escrita.
Para crianças em níveis silábico-alfabéticos e
alfabéticos, pode-se pedir para em uma atividade de autoditado que elas
escrevam os nomes dos desenhos e para crianças em níveis pré-silábicos e silábicos,
que elas escrevam a letra inicial. Em uma cruzadinha as crianças em níveis
pré-silábicos e silábicos podem consultar um banco de palavras e as crianças em
níveis silábico-alfabéticos e alfabéticos não serão necessários esse recurso. Os silábico-alfabéticos e alfabéticos podem
ler (poesia, cantiga, parlenda...) e os que estão em níveis pré-silábicos e
silábicos, podem acompanhar a leitura junto com a professora, circulando a
palavra pedida, reconhecendo-a através
da letra inicial e final e através da
memorização , pois são palavras
destacadas e colocadas no alfabeto ou em listas de palavras, às quais foram
escolhidas pela turma para estudo de algum tema das áreas de Ciências Naturais
ou Sociais.
·
Didática para os
níveis pré-silábicos de escrita (níveis: I e II)
·
Dividimos em um esquema básico em três tipos de intervenção que ocorre
forma concomitante:
·
Palavras\sílabas
·
Associação palavra x objeto.
·
Memorização global de palavras.
·
Análise de letras nas palavras.
·
Conscientizar que existe a pauta sonora na palavra (sílabas).
·
Letras
·
Aspectos sonoros: através de iniciais de palavras significativas.
·
Aspectos gráficos (Nesta hipótese de escrita, as crianças escrevem com a
letra de forma maiúscula, por razões que irei relatar posteriormente, mas
mostramos também a letra de forma minúscula e cursiva).
·
Distinção entre letras e números.
·
Textos
·
Aspectos semânticos: discurso oral x texto escrito, imagem-
escrita, suportes de texto.
·
Aspectos gráficos: de letras e de palavras, distribuição espacial dos
textos.
(PILLAR
GROSSI, 1990, P.120)
·
Didática para crianças em nível silábico de escrita
·
Palavras\ sílabas
Ênfase sobre a análise da primeira letra no
contexto da primeira sílaba.
Contraste entre palavras memorizadas
globalmente e a hipótese silábica: contagem de letras,
desmembramento oral de sílabas e hipóteses de repartição de palavras escrita.
·
Letras
Reconhecimento do som das letras pela análise
da primeira sílaba de
palavras.
·
Prosseguimento do estudo das formas e da
posição das letras.
(Nesta hipótese de escrita, as crianças escrevem
com a letra de forma maiúscula, por razões que irei relatar posteriormente, mas
mostramos também a letra de forma minúscula e cursiva).
·
Textos
Uso preferencial de textos cujo
conteúdo já está memorizado de antemão, para leitura.
Proposição de localização de qualquer palavra
no texto, incluindo verbos e partículas pequenas
como artigos, proposições etc.
(PILLAR
GROSSI, 1990, P.160)
·
Propostas de atividades pedagógicas
para alunos com hipóteses pré-silábicas e silábicas de escrita
·
Atividades com nomes dos alunos.
·
Leitura global dos nomes.
·
Atividades com as letras iniciais e
finais dos nomes dos alunos.
·
Fazer a preguicinha com nomes dos
alunos, mostrando uma letra de cada vez até que a criança consiga descobrir de
que quem é o nome comparando as outras letras que estão no meio do nome.
·
Todo dia apresentar o alfabeto da sala.
É importante cantar uma música do alfabeto, pois é lúdico e as crianças
aprendem mais com música, por ser significativo.
·
Confeccionar um alfabeto com
nomes dos alunos e palavras significativas de acordo com os temas de
interesse das crianças.
·
Bingo com nomes.
·
Contar número de letras.
·
Contar número de sílabas e ver qual é o
nome que tem mais sílabas, quem tem mais ganha. Associar cada letra a um
palito.
·
Atividades com letras iniciais das palavras
significativas sejam elas vogais e consoantes.
·
Completar nomes e palavras
significativas com letras e sílabas iniciais.
·
Completar palavras com as vogais
iniciais e as que faltam nas sílabas.
·
Pedir pesquisa sobre o que
inicia com as letras do nome.
·
Pedir pesquisa sobre rótulos que já
sabem ler.
·
Utilizar textos como a
parlenda: “Macaco foi à feira” e destacar (envolver) a palavra “macaco”
(reconhecimento pelas letras iniciais e finais e memorização global da palavra).
Colocar no alfabeto palavra associada à figura. Será um contraste com a
hipótese silábica e a palavra memorizada, fazendo a criança refletir sobre sua
escrita. O mesmo se faz utilizando os nomes dos alunos, que são palavras
significativas.
·
Relacionar outros nomes que iniciam com
"M" de Maria, por exemplo. Destacar letra e sílaba inicial. As
sílabas nunca são isoladas. Crianças em níveis pré-silábicos e silábicos
apresentam muita dificuldade em
compreender sílabas isoladas e sem contexto.
·
Fazer a brincadeira da barquinha.
Combinar que na barquinha só poderá levar coisas que começam com o som de “M”
de Maria, por exemplo, e cantar:
- Minha barquinha vai carregadinha de... Ir
passando a barquinha de dobradura e as crianças vão pegando e falando: macaco,
morango, melancia, mamão, minhoca... Pode também perguntar como faz “MA” de
Maria? Como faz “MI” de minhoca? Escrever a sílaba e mostrar! Vamos carregar na
barquinha o que mais começa com “M” de “MARIA” e “MACACO”? P. S: é importante ter um quadro branco
pequeno ou folha de papel na rodinha para escrever os relatos dos alunos.
·
Utilizar textos de memória, como: parlendas,
cantigas, poesias , músicas... Realizar a leitura de cada verso junto com aluno
e depois perguntar o que está escrito em cada verso. Falar o que cada linha na
parlenda se chama verso. “Perguntar onde está a palavra “MACACO” e destacar
(envolver) a palavra MACACO” (reconhecimento pelas letras iniciais e finais e
memorização global da palavra). Colocar no alfabeto palavra associada à
figura. Será um contraste com a hipótese silábica e a palavra memorizada,
fazendo a criança refletir sobre sua escrita. O mesmo se faz utilizando os
nomes dos alunos, que são palavras significativas.
·
Atividades com textos coletivos
(descrição da nova amiga da sala /boneca feita pelos alunos, texto
instrucional de alguma brincadeira, relato de um passeio, receita) em que as
crianças relatam o texto e o professor é o escriba, depois de certo tempo
elas mesmas querem escrever nos cartazes. Elas gostam muito e até
disputam para escrever.
·
Cruzadinhas. Atividade para crianças na
hipótese silábica com consciência sonora, pois de acordo com sua hipótese (uma
letra para cada sílaba), irão sobrar quadrados. A criança muitas vezes pede
auxílio à professora ou a um aluno alfabético. A professora a fará refletir com
perguntas e geralmente a própria criança relaciona a letra que está faltando e
vai caminhando para o nível silábico–alfabético ou alfabético.
·
Escrever uma lista de palavras de um
tema ou projeto trabalhado, junto com as crianças e perguntar que letra e
sílaba inicial começam. Escrever essas sílabas iniciais em vermelho. Exemplos:
personagens de uma história, animais mamíferos. Essas palavras serão palavras
estáveis.
·
Realizar atividade de leitura em
relação à lista de palavras de um tema trabalhado (palavras estáveis) para ler pela
memorização global e letras iniciais e finais. Exemplos de atividades: recortar
os nomes dos personagens da Bela e a Fera e colar abaixo das figuras, ler os
nomes dos alunos e ligar as fotos destes, ler duas palavras e circular ou
pintar aquela relacionada ao desenho, ler e desenhar.
·
Parear as letras (igual com igual),
usando as letras móveis, consultando a lista de palavras da sala. Ex:
personagens da história: “Bela e a Fera” e nomes dos alunos.
·
Histórias (textos narrativos). Recontar
e reescrever essas histórias na forma de
textos coletivos.
·
Leituras e textos coletivos com outros gêneros
textuais, que surgirem de acordo com os temas ou projetos trabalhados, como: bilhetes,
convites, textos informativos ( de pesquisa), etc..
·
Atividades em que as crianças percebam
a função dos números, tais como: calendário (diariamente) contagem dos
alunos (diariamente), relação/quantidade numeral, através de parlendas e
músicas como: “A galinha do vizinho bota ovo amarelinho” e “Indiozinhos”.
·
Rotina da sala com figuras e
palavras (pode usar um relógio de madeira e ir mostrando as horas das
atividades). As figuras são necessárias, pois muitas vezes existem crianças
autistas e com outras necessidades educativas especiais.
·
Desenho e escrita espontânea (hipóteses
de escrita) sobre estas listas de palavras.
·
Realizar as atividades com a organização da
sala em grupos de atividades diversificadas: jogos de alfabetização, de
matemática, de construção (lego, quebra-cabeça, blocos para formar casinhas,
prédios, pontes, cidades...), área de dramatização, modelagem ( massinha,
argila), pintura ( tinta guache, lápis de cor , de cera, canetinha...), recorte e colagem, grupo das atividades
escolares, cantinho da leitura.
·
Atividades as artes plásticas, música, dança e
teatro, mantendo a ludicidade na realização das atividades.
·
Ter um cantinho da leitura com diversos
suportes textuais, como: livros de histórias, livros de pesquisa, revistas,
jornais, cantigas, parlendas...
·
Utilizar os computadores da escola
como mais um recurso de aquisição da escrita alfabética e ortográfica e
realizar pesquisas sobre os temas dos projetos trabalhados.
·
Utilizar filmes e documentários da
internet como mais um recurso no processo de ensino aprendizagem.
·
Didática para crianças no nível
silábico-alfabético de escrita
O nível silábico-alfabético é na realidade um
conflito de passagem, segundo Pillar Grossi (1990, p.53), pois este nível não
encerra atributos de uma estrutura e, portanto, não é um nível
psicogenético. As crianças estão em meio
há um processo, estão em conflito psicogenético e ora escrevem na
hipótese silábica, utilizando uma letra para cada sílaba, ora, escrevem
alfabeticamente, relacionando fonema\grafema, escrevendo a sílaba na forma
convencional, pois é um processo em que há desequilíbrios cognitivos. Em
minha experiência em sala de aula, observo dois tipos de crianças em níveis
silábico-alfabéticos: aquelas que estão mais para o nível silábico, pois
relacionam o som de poucas consoantes e ainda confundem o som de algumas,
escrevendo algumas vezes letras coringas, devido a não relacionarem o som de
determinada consoante e aquelas que já relacionam o som de mais consoantes,
apresentando maior consciência sonora de consoantes e já apresentando um processo de maior
fonetização da sílaba, que com uma pequena mediação da professora, pedindo para
a criança ler e perguntando que letra está faltando na sílaba , ela já
responde, pois como já citei apresenta maior consciência sonora das letras.
Ainda é necessário o
trabalho com a relação fonema/grafema de letras e sílabas e a leitura de
sílabas das palavras (iniciais, medianas e finais) e pedir sempre que leiam o
que escreveram, pois a própria criança irá perceber a incompletude de sua
hipótese. Proponho realizar atividades com cruzadinhas, pois para a criança
neste nível de escrita, as palavras sempre terão menos letras do que realmente
tem. Ela perceberá que sobrarão quadradinhos e a professora irá pedir para ler,
então ela perceberá que está faltando letra e a professora irá mediar,
perguntando que som de letra ela está percebendo. No nível silábico-alfabético,
também se pode intervir pedindo a criança para contar o número de letras e
sílabas das palavras. O uso de letras móveis e sílabas móveis, também são
atividades para este nível, pois podem mover as letras com a mediação da
professora, colocando a letra que está faltando. A leitura de sílabas móveis
para formar palavras, também auxilia no desenvolvimento da leitura das sílabas.
O incentivo a leitura
de livros de diversos gêneros textuais é o mais importante nesta fase. Muitas
vezes a leitura ainda é pausada e lenta, por isso é indicado livros com textos
curtos ainda ou o adulto e até mesmo um colega lê uma página e a criança lê
outra, pois a criança está começando do a ler, estando em um período de fonetização
da sílaba e às vezes ela se cansa. Algumas crianças já começam a ler de forma
fluente e outras vão adquirindo a leitura fluente com a prática de leitura,
quando mais leem mais elas vão lendo com maior rapidez e compreensão de textos.
É importante desenvolvermos atividades que envolvam a compreensão e a
interpretação de diversos gêneros textuais, pois ler não é só decodificar.
Os textos apresentam
todos os tipos de sílabas (canônicas e não canônicas) e as crianças vão
aprendendo a ler, enquanto leem. Não há textos cartilhados sem sentido, como no
método silábico, que iniciam com uma gradação das sílabas canônicas (simples,
tipo consoante /vogal) e depois para as sílabas não canônicas (complexas, com
encontros consonantais, dígrafos, sons nasais etc.). Na realidade essa
complexidade é pensada pelo adulto, pois as crianças neste nível de escrita
podem perfeitamente com as informações da professora, irem percebendo certas
regularidades e irregularidades ortográficas de nossa língua, se for informada
em momentos de produções de textos coletivos, listas de palavras e leitura de
gêneros textuais.
·
Didática para crianças no nível alfabético de
escrita
Quando as crianças avançam para o nível alfabético, estas começam a ler
de forma convencional, umas silabando e outras de forma fluente. É necessário
propormos muitas atividades com leitura para que desenvolvam a fluência e a
compreensão dos textos. Neste nível as crianças aglutinam as palavras na frase
(quando as crianças escrevem várias palavras emendadas), assim como segmentam
as palavras (separam as palavras em sílabas). Muitas vezes as crianças não
separam as palavras na frase, porque pelo ritmo e entonação da voz, elas acham
que está tudo junto. Temos que falar para a criança que na palavra as sílabas (pedacinhos)
estão juntas e que as letras estão juntas.
Mostrar que na frase uma palavra fica longe da outra e falar que
colocamos o espaço de um dedinho entre uma palavra e outra. Uma das maneiras é
mostrar a criança que quando dá para colocar uma palavra entre duas que estão
juntas, ela tem que separá-las. Por exemplo: “Ameninaestácomfome” ou dizer que
a frase é composta por palavras e que terminou o pensamento, terminou a frase,
então coloca ponto final.
Mediar, perguntado para a criança:
-“MENINA”
começa com “A”? A letra é “A” é palavra?
O “A” acompanha a palavra, fica longe. Menina começa e termina com que letra?
-“MENINA”
é uma palavra? Pedir para falar “MENINA” e juntar as sílabas no dedo, para a
criança perceber que na palavra as sílabas são juntas.
-
A palavra “ESTÁ” é a mesma que “MENINA” ou é outra palavra?
Certas
classes gramaticais, como artigos definidos, indefinidos e pronomes acompanham
as palavras. Quanto às segmentações, proponho que a criança leia o que escreveu
e enquanto lê, ligo as sílabas com lápis, mostrando que na palavra as sílabas
são juntas. Proponho que se faça este tipo de intervenção no quadro
coletivamente.
No nível alfabético as crianças escrevem de forma fonética, isto é, a sua
escrita é relacionada ao som que ouvem e então enfrentam as questões
ortográficas. Geralmente o número de fonemas é igual ao número de letras. Por
exemplo: /o/v/o, tem três letras e três fonemas. Já na palavra “chuva”, isso
não ocorre, porque o dígrafo “ch” representa o som do /x/, apresentando quatro
fonemas /x/u/v/a e cinco letras. A criança começa a descobrir questões que a
colocam em dúvida se palavra é com “x” ou “ch”, pois tem o mesmo som. Começa a
pensar em questões de que existem letras que representam vários sons. A letra
“x” pode ser representada pelos sons das letras e dígrafos: ch, z, x, s e ks . Como por exemplo: xadrez,
exame, xale, excursão, táxi. Nesta última palavra o "x" é dífono,
isto é , simboliza o som das duas letras, que estão em negrito (/t/á/k/i/s/i).
Assim como, um mesmo fonema pode representar o som de várias letras. Por
exemplo: O fonema /z/, pode ser representado pelas letras: s, z, e x. Como por exemplo:
asa, azar, exame.
É necessário enfatizar os grupos de dígrafos (ch, nh, lh, rr, ss, etc.), entre
estes aqueles que representam vogais nasais ( an, en, am, em, etc.), encontros
consonantais (br, cr, dr, bl, cl fl, etc.), encontros vocálicos orais e nasais
, sem ainda ser necessário que as crianças classifiquem com nomenclaturas esses
encontros. Separações e junções de sílabas, acentuação e pontuação. Em relação
ao ensino da gramática, como verbos (ações), nomes próprios, comuns e coletivos
(substantivos) palavras que dão características e qualidades aos nomes
(adjetivos), sinônimos/ antônimos, plural, feminino/masculino e
aumentativo/diminutivo, é necessário trabalharmos na produção textual, pois
cada vez que produzimos e revisamos um texto, fazemos escolhas linguísticas-
acionando nosso saber gramatical. O estudo dos aspectos gramaticais precisa ser
visto como um instrumento por meio do qual o aprendiz poderá aperfeiçoar o uso
que já faz da língua, melhorando sua capacidade de compreender e produzir
textos em diferentes situações de comunicação oral e escrita. Existem,
basicamente, dois tipos de atividades de reflexão sobre a linguagem que podem
ser realizadas: as epilinguística e as metalinguísticas.
Essas atividades, no entanto, diferenciam-se quanto aos objetivos a que
visam atingir. Uma está mais ligada aos recursos empregados em situações de
interpretação e produção de textos, e a outra, à descrição dos elementos
linguísticos.
De acordo com Geraldi (2002, p.23-25), as atividades epilinguísticas
resultam de uma reflexão que torna os próprios recursos expressivos como seu
objeto, enquanto as atividades metalinguísticas são aquelas que tornam a
linguagem como objeto não mais enquanto reflexão vinculada ao processo
interativo, mas conscientemente constroem uma metalinguagem sistemática com a
qual se fala sobre a língua.
Não é
proibido empregar nomenclaturas gramaticais, nesse caso mais para o 2º e 3º ano.
O que não se deve fazer é sobrecarregar o aprendiz com uma nomenclatura
excessiva, descontextualizada e sem função, justificada pela tradição de apresentá-la.
Devem-se apresentar ao aprendiz apenas os termos fundamentais para abordagem
dos conteúdos, a fim de facilitar a comunicação nas atividades de reflexão
sobre a língua.
Podemos mostrar às
crianças as regras ortográficas, porém ressaltar que não existe regra para
tudo, por tanto quando temos dúvidas utilizamos o dicionário e a internet para
correção e conhecimento do significado das palavras, além de muita leitura, pois
assim gravamos como se escrevem muitas palavras.
No nível
alfabético, as crianças realizam a transição da letra de forma para a letra
cursiva, além de atividades para o uso apropriado da letra maiúscula e
minúscula (letras maiúsculas são usadas em nomes próprios e inícios de frase e
minúsculas em nomes comuns).
As
atividades devem priorizar bastante a produção de textos que trabalhem a
estrutura destes conforme o gênero textual: textos narrativos, poesias, textos
informativos, cartas, bilhetes, convites, etc. É importante que as crianças
aprendam a realizar textos com coesão, criatividade, desenvolvimento (início,
meio e fim), pontuação e palavras escritas de forma ortográfica. Devemos
realizar a revisão dos textos, intervindo individualmente e mostrando com lápis
as segmentações de palavras, aglutinações de palavras na frase, repetição de
palavras, questões ortográficas e pontuação. Proponho revisar coletivamente o
texto de algum aluno para todos irem participando e aprendendo.
É
importante sempre avaliarmos a criatividade e a coesão dos textos dos alunos, elogiando suas
produções para os estimularem ainda mais. Explicar que se quisermos mostrar
nossas produções para as pessoas, temos sempre que ler e reler nossos textos,
corrigindo-os, para que fiquem compreensíveis para as pessoas que irão ler.
Devemos realizar momentos de contação de histórias e depois promover conversa
sobre esta. Estimular a leitura de livros do Cantinho de Leitura da sala ou da
Biblioteca da escola, levando os livros para casa e pedindo que desenhem e
escrevam sobre a história (parte da história que mais gostaram ou um resumo) em
um caderno de meia pauta sobre a história. Em uma parte as crianças desenham e
onde tem as linhas escrevem. Realizar rodas de leitura, para as crianças
contarem sobre os livros que levaram para casa.
Realizar
com regularidade leitura coletiva e individual. Os alunos leem juntos um texto
no cartaz ou cada um lê o seu na folha.
Um aluno começa a leitura e outro continua onde o outro parou. Neste
caso devemos oferecer a mesma história para todos.
Proponho
que as atividades do ciclo de alfabetização sejam realizadas com projetos
interdisciplinares com temas de interesses das crianças, temas do conhecimento
social (História e Geografia ) e do conhecimento natural ( Ciências), com
atividades de matemática que sejam relacionadas ao cotidiano e ao projeto
desenvolvido.
Sempre
associar as atividades de aquisição da escrita alfabética e ortográfica,
leitura e produções de textos, atividades de Artes Plásticas, como: desenhos,
dobraduras, pintura com guache com releitura de obras de artes, recorte e
colagem com diversos tipos de materiais, criação de brinquedos e objetos com
materiais recicláveis... Realizar atividades com Artes Cênicas, fazendo uma
peça de uma determinada história e também com dança e música, como cantigas de
roda, música clássica, músicas de Vinicius de Moraes, da cultura
brasileira...
· Propostas de
atividades pedagógicas para crianças nos níveis silábicos-alfabéticos e
alfabético de escrita:
·
Ditados e auto ditados de palavras com sílabas
simples complexas e de uma frase.
·
Tipos de ditados:
·
O ditado
tradicional de palavras e uma frase. A professora dita e os alunos escrevem,
porém é necessário esperar as crianças escreverem e neste tipo de ditado pode
haver uma interação, com os alunos expressando as suas hipóteses de escrita e os outros ajudando. É necessário
fazer duplas por níveis de escrita. Exemplo: pré-silábicos com silábicos sem
valor sonoro e com valor sonoro, silábicos com valor sonoro com silábicos-alfabéticos
e silábicos-alfabéticos com alfabéticos. Estes ditados podem ser de palavras que
iniciam com o som da mesma letra ou palavras de um mesmo campo semântico de
algum projeto trabalhado. Exemplo: nomes de dinossauros carnívoros ou palavras
que iniciam com o som da letra “D” de dinossauro. O último ditado pode ser uma frase. Depois que as crianças escrevem a professora
vai passando pelas duplas e mediando suas hipóteses e depois escreve algumas palavras
e frases de acordo com as hipóteses de alguns alunos e vai fazendo perguntas
para as crianças refletirem sobre a escrita. Não é necessária uma grande
quantidade de palavras, pois se torna exaustivo para a professora e os alunos.
O mais importante é que o ditado seja um aprendizado em relação à escrita de
palavras e frases com sílabas simples e complexas e seja um progresso para os
alunos com todos os níveis de escrita.
·
Para alunos pré-silábicos e silábicos sem valor sonoro,
pode falar somente para estes escreverem a letra inicial das palavras.
·
As duplas ou grupos de alunos com hipóteses de
escrita diferentes, mas próximas, favorecem o aprendizado. Se colocarmos um
silábico com valor sonoro junto com um silábico-alfabético, será uma dupla
satisfatória para o aprendizado, pois o silábico-alfabético irá fazer o aluno
com hipótese silábica perceber que a sílaba de determinada palavra tem mais letras.
·
Continuar
com atividades para completar com as letras e sílabas inicias. Principalmente
completar com consoantes iniciais.
·
Os alunos ditarem a palavra, ao invés da
professora.
·
O ditado para si mesmo de forma que o aluno pensa e
escreve aquilo que quer escrever.
·
O ditado com adivinha e ilustração do aluno. Ex: a
professora tem objetivo de ditar palavras que iniciam com o som da letra “M” e
faz adivinhas de como é o objeto ou ser e a criança desenha e escreve o nome.
·
Atividades com sílabas móveis. Leitura de sílabas. Formar palavras com
as sílabas. Completar palavras com sílabas iniciais, medianas e finais. Separar
sílabas das palavras e ler. Juntar as sílabas, contar o nº de sílabas. Nos níveis silábicos-alfabéticos e alfabéticos já se pode
trabalhar com sílabas isoladas e sílabas medianas e finais nas palavras, pois
estas atividades já estão na zona de desenvolvimento proximal de aprendizagem
desses alunos. Atividades de palavras com sílabas complexas com mais
constância do que nos outros níveis. Lista de palavras com ortografia
regular e irregular. Consulta de dicionário e no Google. Ex: ce, ci,
ç, ge, gi ,qua, que, qui, gua, gue, gui, rr (som forte), r(som brando), ss( som
forte), s( som brando), Sons nasais: palavras com til/( ã ,ãs, ão, õe, ões),
vogais seguidas de “m” ou “n” ( an, am, en, em, etc.). Plural de palavras que
terminam com “m” (am, ans, em , ens). Regra ortográfica: “m”, antes de “p” e
“b” e a maioria das palavras terminam com “m”. Antes de vogais escrevemos a
letra h. Dígrafos: nh, lh, ch. Encontros consonantais ( br, cr, dr, fr, gr, pr,
vr, bl, cl, fl, gl, pl, tl). Vogais seguidas de “L” ( al, el), vogais seguidas
de “s” ( as, es) vogais seguidas de “ z”( az ,es). Sons do “x” (x=ch, x=z, x=
s, x= ks, x= ss).
·
Distribuição
espacial do texto e orientação das frases.
·
Produção de textos
e revisão destes. Trabalhar vários estilos discursivos, considerando a
pontuação, ortografia, coesão textual e criatividade.
·
Leitura de histórias para levar para
casa, reescrever parte que mais gostou e recontá-las na roda (sacola da leitura).
·
Forca.
·
Encontrar palavras
dentro da palavra. Ex: SAPATO – PATO.
·
Trocar a
primeira letra da palavra, mudando o sentido desta. Ex: GATO, RATO, PATO, MATO,
SAPO, etc.
·
Escrever mais palavras que tem determinada sílaba.
·
Ler e circular a mesma sílaba que tem em
palavras diferentes.
·
Segmentar pequenos textos, como:
parlendas, quadrinhas, poemas. Entregar textos com palavras juntas e pedir para
as crianças escreverem com espaços entre as palavras. Antes é necessário que
leiam.
·
Produzir textos ou
frases a partir de atividades com artes plásticas (recorte, colagem,
dobradura, desenho, pintura, sucata, etc.)
·
Jogos e atividades
que permitem a criança brincar e recriar com a linguagem (acróstico, rimas,
entre outros).
·
Recontar uma vivência, reportagem ou
passeio e produzir texto.
·
Transcrição de diálogos e descrições.
·
Transcrição de
receitas, brincadeiras e piadas.
·
Produzir um
jornal com reportagens.
·
Escrever uma história a partir de uma
imagem ou do desenho da própria criança...
·
Recorte de figuras e palavras para
montagem de álbum ou dicionário.
·
Utilizar jogos de alfabetização
diversos. Ex: Bingo de letras e palavras (nomes das crianças ou palavras de
determinado campo semântico), jogo da memória (figura/palavra ou figura/letra),
dominó (letra/figura ou palavra/figura). A escola pode comprar esses jogos ou
podemos confeccioná-los com os alunos. Escrever história a partir da sequência dos quadrinhos.
·
Classificação e seriação de palavras.
·
A leitura de palavras, frases e
textos que as próprias crianças escreveram.
·
Leitura de revistas, bilhetes, convites
parlendas, cantigas, textos informativos de livros de pesquisas, narrativas
(histórias de contos de fadas e de outros autores, como Ruth Rocha, Ziraldo,
fábulas...), receitas, listas, jornal...
·
Leitura, interpretação e
compreensão oral e escrita dos diversos gêneros textuais citados anteriormente.
·
Texto lacunado (completar palavras que faltam no
texto), consultando banco de palavras ou o texto original.
·
Leitura de textos fatiados. Ler frases ou
versos, organizar e colar.
·
Pintar espaços entre as
palavras.
·
Organizar palavras de uma frase,
após ler. Organizar de acordo com os numerais que estão nas palavras.
·
Envolver palavras nas frases e
contar o número destas.
·
Cruzadinhas
·
Caça-palavras/ leitura de
palavras e frases.
·
Textos
enigmáticos (com desenhos).
·
Produção de um livro coletivo.
Cada uma escrevendo uma parte da história, livro da vida (escrita dos
acontecimentos e projetos da sala), livro dos animais, dos dinossauros, dos
planetas, receitas de alimentos saudáveis, livro de cantigas, de parlendas,
livro de poesias, livro de um conto de fadas etc...
·
Lista de palavras de acordo com o tema (campo
semântico)
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